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ISRAEL E SUA HISTÓRIA


1-JACÓ, O PATRIARCA DE ISRAEL:

 Israel foi o nome que Deus deu a Jacó, o filho de Isaque e neto de Abraão, quando ele tinha 97 anos de idade. Tal fato correu quando Jacó voltava com sua família, seus servos e seus rebanhos para a região de Canaã, de onde saíra 20 anos atrás. Isso, depois dele ter lutado com o Anjo do Senhor, após cruzar o vale da torrente de Jaboque, indo ao encontro de seu irmão Esaú. Devido a grande persistência de Jacó na luta, Deus mudou o seu nome para Israel, que em hebraico significa “Contendor com Deus” e em aramaico significa “Persistente com Deus”. Foi uma boa troca para ele, pois em hebraico o nome “Jacó” significa “Agarrador no Calcanhar”. Em aramaico significa “Suplantador” (Gênesis 32.22-28).
                Mais tarde, em Betel, Deus voltou a confirmar essa mudança do nome de Jacó para Israel. Dessa época em diante, tanto Jacó quanto a nação que descendeu dele passaram a ser chamados de Israel. Esse nome estendeu-se a todos os nativos dessa nação, que são hoje conhecidos como “israelitas” (Gênesis 32.22-28; 35.10,15; 50.2; 1º Crônicas 1.34; Êxodo 5.1,2).
Assim, coletivamente, todos os descendentes de Jacó, em qualquer período da História Secular e Universal são conhecidos como “israelitas”. Mas, também são conhecidos como judeus, hebreus, Israel, filhos de Israel, casa de Israel, povo de Israel e Estado de Israel (Gênesis 32.32; Êxodo 9.4; Josué 3.7, Esdras 2.2; Mateus 10.6; Atos 4.10; 5.35; Efésios 2.12; Romanos 9.4).
Finalmente, Jacó (Israel) instalou-se na região de Canaã, depois de ter passado 20 anos na terra de Padã-Arã. Naquela época ele estava muito rico. Jacó teve quatro mulheres, sendo duas esposas e duas concubinas. A duas esposas foram Léia e Raquel, filhas de Labão. As duas concubinas foram Bila, serva de Raquel; e Zilpa, serva de Léia.
Léia deu seis filhos varões a Jacó, que foram: 1-Rubem, o primogênito. 2-Simeão. 3-Levi. 4-Judá. 5-Issacar. 6-Zebulom.
Raquel deu dois filhos varões a Jacó: 1-José. 2-Benjamim Benoni.
Bila deu dois filhos varões a Jacó: 1-Dã. 2-Naftalí.
Zilpa deu dois filhos varões a Jacó: 1-Gade. 2-Aser.
Foram esses 12 filhos de Jacó que formaram as 12 tribos de Israel (Gênesis 29.32-30.24; 35.16-19).
Além desses 12 filhos varões, Jacó também foi pai de várias filhas. No entanto, apenas a Diná está registrada no Velho Testamento, como filha de Jacó e de Léia (Gênesis 30.21). A história dessa judia está registrada no texto de Gênesis 34.1-31. Sobre as outras filhas de Jacó, não se encontram registros delas na Bíblia Sagrada.
Foi essa a prole de Jacó, pela ordem de nascimento: 1-Rubem. 2-Simeão. 3-Levi. 4-Judá. 5-Dã. 6-Naftalí. 7-Gade. 8-Aser. 9-Issacar. 10-Zebulom. 11-Diná. 12-José. 13-Benjamim Benoni. A Bíblia Sagrada não menciona os nomes das outras filhas de Jacó, além da Diná.
No ano de 1.728 AC, uma grande fome na região de Canaã fez com que Jacó, seus familiares e seus servos fossem morar no Egito, a convite de seu filho José, que era o administrador de alimentos daquela nação, como o nome da Zafenate-Panéia (Gênesis 47.1-12).
Antes de ingressar no Egito, os filhos de Israel já constituíam uma grande família, que era assim composta:
I-Rubem, o primogênito de Jacó, já tinha quatro filhos: 1-Enoque; 2-Pau; 3-Hesrom; 4-Carmí.
II-Simeão, o segundo filho de Jacó, já tinha seis filhos: 1-Jemuel; 2-Jamim; 3-Oade; 4-Jaquim; 5-Zoar; 6-Saul; este filho de uma mulher Cananéia.
III-Levi, o terceiro filho de Jacó, já tinha quatro filhos: 1-Gerson; 2-Coate; 3-Merari.
IV-Judá, o quarto filho de Jacó, já tinha cinco filhos: 1-Er; 2-Onã; 3-Selá; 4-Perez; 5-Zerá. No entanto, Er e Onã morreram na terra de Canaã, antes de entrar no Egito. Porém, entraram no Egito os dois filhos de Perez: Hesrom II e Hasmul.
V-Dã, o quinto filho de Jacó, tinha um filho de cinco anos, de nome Husim Suão, do qual descenderam os sunamitas:
VI-Naftalí, o sexto filho de Jacó, já tinha quatro filhos: 1-Jazeel; 2-Guní; 3-Jezer; 4-Silem.
VII-Gade, o sétimo filho de Jacó, já tinha sete filhos: 1-Zifiom; 2-Hagí; 3-Suní; 4-Ezbom; 5-Erí; 6-Arodi; 7-Arelí.
VIII-Aser, o oitavo filho de Jacó, já tinha cinco filhos: 1-Imna; 2-Isvá; 3-Isví; 4-Berias; 7-Sera (irmã deles). Além desses filhos, ainda acompanharam a Jacó s dois filhos de Berias: Heber e Malquiel.
IX-Issacar, o nono filho de Jacó, já tinha quatro filhos: 1-Tola; 2-Puva; 3-Jó; 4-Sinrom.
X-Zebulom, o décimo filho de Jacó, já tinha três filhos: 1-Serede; 2-Elom; 3-Jaleel.
XI-José, o 10º filho de Jacó, já tinha dois filhos: Manassés e Efraim. José recebeu do faraó do Egito o nome de Zafenate-Panéia. E, casou-se com Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om, do Egito.
XII-Benjamim Benoni, o caçula de Jacó, já tinha 10 filhos: 1-Bela; 2-Bequer; 3-Asbel; 4-Gera; 5-Naamã; 6-Eí; 7-Rôs; 8-Mupim. 9-Hupim; 10-Arde.
Assim, os descendentes de Jacó com Léia foram 33; de Jacó com Zilpa foram 16; de Jacó com Raquel foram 14; e de Jacó com Bila foram sete, perfazendo um total de 70 pessoas, incluindo suas quatro mulheres e sua filha Diná (Gênesis 46.1-27). Jacó foi o patriarca da nação de Israel.
No Egito, os 12 filhos de Jacó continuaram a gerar seus descendentes, o que tornou Israel numa grande nação, muito maior do que o Egito, nação onde habitavam. No entanto, as Escrituras omitiram a descendência de Diná. Quando saíram do Egito, no ano de 1.298 AC, depois de 430 anos residindo ali, dos quais 400 foram de cativeiro, os israelitas foram governados por juízes, que acumulavam com a função de profeta de Deus.
O primeiro grande líder, profeta de Deus e juiz de Israel foi Moisés, o grande legislador, que não só libertou os israelitas do cativeiro egípcio, como os conduziu até a entrada da Terra Prometida (Canaã), bem como escreveu seis livros e 11 Salmos. A magistratura de Moisés sobre os israelitas durou de 1.298 a 1.258 AC, ou seja, 40 anos.

 Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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               2-MOISÉS, O GRANDE LEGISLADOR:
Moisés, o grande legislador, foi o primeiro grande líder, profeta e juiz da nação de Israel. Ele era filho de israelitas (hebreus) e nasceu no Egito no ano de 1.539 AC. O nome de seu pai era Anrão e de sua mãe Joquebede. Ele pertencia à tribo dos levitas, tinha um avô de nome Levi e um tio chamado Coate. Tinha vários irmãos, entre eles Arão e Mirian, os quais foram muito importantes na libertação dos israelitas do cativeiro do Egito (Êxodo 6.16-20; 20.1-7).
Moisés nasceu numa época em que o faraó mandou exterminar todos os recém-nascidos. Por artimanha de sua mãe, Moisés foi colocado num cesto de vime, lacrado com betume, e posto no rio Nilo, em direção ao palácio real, onde a filha do faraó tomava banho. A princesa encontrou o cesto e, pelo fato de ser estéril, criou Moisés como se fosse filho seu, ensinando-lhe todas as ciências do Egito.
A irmã de Moisés, Mirian, que havia seguido o cesto, foi contar à sua mãe que Moisés havia sido encontrado, tendo Joquebede ido oferecer-se para ser a ama-de-leite de Moisés, tendo ele sido amamentado pela própria mãe. Assim, Moisés conheceu a sabedoria egípcia e a história do povo hebreu (Êxodo 2.1-15; Atos 7.20-29; Hebreus 11.24,25).
Ao crescer, Moisés chegou a ser cotado para ser o novo faraó do Egito, porém ele optou em libertar o seu povo do cativeiro egípcio. Assim, passou a defender o seu povo, a ponto de matar um soldado egípcio que açoitava um escravo hebreu. Para escapar da pena de morte, Moisés fugiu para o deserto, onde passou 40 dias atravessando-o, até que chegou a um lugar chamado Midiã, que era um oásis. Ali, Moisés foi auxiliado por uma jovem chamada Zípora, filha de um rico comerciante de ovelhas, chamado Jetro Reuel. Moisés veio a casar-se com Zípora, que lhe deu dois filhos, chamados Gérson e Eliezer. Moisés tornou-se também um próspero pastor de ovelhas (Êxodo 6.16-22; 18.2-4).
Passados 40 anos em Midiã, enquanto cuidava do seu rebanho, Moisés viu uma sarça ardendo em chamas, sem que a sarça fosse destruída, o que o deixou curioso. Moisés aproximou-se para ver o fenômeno, quando ouviu a voz de Deus convocando-o para voltar ao Egito e libertar o povo hebreu. Em princípio, Moisés recusou-se a cumprir a missão, alegando ser muito fraco para isso, além de ser vítima de gagueira. Mas, Deus não aceitou a recusa e enviou-o de volta ao Egito, onde ele seria auxiliado pelos seus irmãos Arão e Mirian. E assim foi feito (Êxodo 3.1-22).
Conseguindo chegar até o novo faraó do Egito, Moisés, por várias vezes, teve que operar milagres para quebrar a dureza do coração daquele que fora seu contemporâneo, pois o novo faraó fora criança na mesma época de Moisés. Em razão das constantes recusas em libertar o povo israelita, o novo faraó viu acontecer dez pragas que praticamente destruíram o povo egípcio, sem que nenhum israelita fosse atingido. As dez pragas que assolaram o Egito foram: 1-As águas se tornaram em sangue (Êxodo 7.19-25). 2-A praga das rãs (Êxodo 8.1-15). 3-A praga dos piolhos (Êxodo 8.16-19). 4-A praga das moscas (Êxodo 8.20-32). 5-A praga das pestes dos animais (Êxodo 9.1-7). 6-A praga das úlceras ou feridas (Êxodo 9.8-12). 7-A praga do fogo ou saraiva (Êxodo 9.22-35). 8-A praga dos gafanhotos (Êxodo 10.1-20). 9-A praga das trevas ou escuridão (Êxodo 10.21-29). 10-A morte dos primogênitos. Com a morte de seu primeiro filho, o faraó deixou que os judeus saíssem do Egito, e levassem todos os seus bens (Êxodo 11.1-l0; 12.29-36).
              Dos escritores do Velho Testamento, Moisés foi o mais dedicado e produtivo. Ele escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia Sagrada, que são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Esses cinco livros também são conhecidos como "PENTATEUCO". Portanto, Moisés é o escritor do Pentateuco, que são os livros da História, da Criação e das Leis de Deus. Moisés foi também o maior de todos os profetas (Deuteronômio 34.10-12).
E como se não bastasse, Moisés ainda escreveu o “LIVRO DE JÓ", que é um relato do que se deu com o patriarca Jó, quando Satanás desafiou a sua integridade perante Deus (Jó 1.1-42.17), e os SALMOS 90 a 100 (Salmos 90.1-100.5). Ao todo, Moisés escreveu seis livros e 11 salmos.
Moisés viveu 110 anos e morreu sem ter entrado fisicamente na Terra Prometida. Porém, antes de morrer, Moisés subiu ao cume Pisga, sobre o monte Nebo. Dali, Deus lhe mostrou toda a Terra Prometida. Naquele mesmo lugar, Moisés morreu e foi sepultado pelo próprio Deus. O seu luto foi de 30 dias entre os israelitas. Depois de morto e sepultado, o corpo de Moisés jamais foi encontrado pelo homem (Deuteronômio 34.7-12).
 Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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3-JOSUÉ, O SUCESSOR DE MOISÉS: 
Josué (o sucessor de Moisés) era da tribo de Efraim, uma das 12 tribos de Israel. Seu pai chamava-se Num. Ele foi o homem mais intrépido e destemido que serviu sob as ordens de Moisés. Desta forma, Josué tornou-se o segundo grande líder, profeta de Deus e juiz de Israel, depois da morte de Moisés (Êxodo 33.11; Deuteronômio 34.9; Josué 1.1,2 e Números 13.8-16).
Durante a travessia do deserto, após a libertação da escravidão no Egito, Moisés sempre escalava Josué para as missões mais difíceis, em especial para batalhar contra os inimigos de Israel. E Josué sempre se saía muito bem nessas missões, pois ele confiava ardentemente no Senhor Deus Todo-Poderoso. Desde o início, Moisés confiou em Josué, e preparou-o para liderar o povo hebreu após a sua morte (Êxodo 17.8-16; 24.9-18).
Enquanto serviu sob as ordens de Moisés, Josué destacou-se como líder na luta contra os amalequitas (Êxodo 17.8-16); foi o melhor ajudante de ordens de Moisés (Êxodo 32.15-20); e foi bem sucedido como espião infiltrado na Terra Prometida (Números 13.2-14.10), proporcionando assim a vitória de Israel contra as tropas inimigas.
Como sucessor de Moisés, após a morte deste, Josué soube conduzir os israelitas na sua instalação na Terra Prometida, buscando sempre manter o povo de Israel fiel ao verdadeiro Deus. É dele essa frase bíblica: “Porém, se aos vossos olhos vos parece mal servir ao Senhor Deus, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram os vossos pais, que estavam além do tio Nilo, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vós habitais. Porém, eu e minha casa serviremos ao Senhor!” (Josué 24.15). Com essa frase ele forçou o povo de Israel a se decidir em ficar ao lado de Deus, ou contra ELE.
Josué escreveu o livro do Velho Testamento que recebeu o seu nome: “O LIVRO DE JOSUÉ”, que possui 24 capítulos e é um registro histórico de como Deus concedeu a terra de Canaã para Israel, em cumprimento de Sua promessa aos antepassados israelitas. Em seu livro Josué narra os eventos posteriores à morte de Moisés, por cerca de 20 anos, até o fim da peregrinação pelo deserto e a instalação em Canaã. Para melhor compreensão o livro está dividido em seis partes cronológicas: 1-Josué prepara Israel para entrar em Canaã, enviando espiões (Josué 1.1-2.24). 2-O povo de Israel cruza o rio Jordão sem molhar os pés (Josué 3.1-5.12). 3-A conquista de Jericó é seguida pela derrota em Aí (Josué 5.13-8.35). 4-s gibeonitas solicitam paz, ao passo que os outros povos são destruídos (Josué 9.1-12.24). 5-A terra conquistada é repartida entre as tribos de Israel (Josué 13.1-24.33).
O livro de Josué começou a ser escrito em 1.473 e foi concluído em 1.453 AC. Para escrever seu livro Josué anotava diariamente os fatos que aconteciam com o seu povo durante os 20 anos em que comandou Israel. Ao final, já velho e cansado de muitas batalhas, Josué convocou uma assembléia com os anciãos do povo, recapitulou as promessas que Deus fizera a Israel, e vice-versa, e exortou a todos a servirem ao verdadeiro Deus. Josué viveu até os 110 anos. Seu corpo foi sepultado nas terras de Timnate-Sera, sua propriedade localizada no monte de Efraim, nas proximidades do monte Gaás. Ele foi um dos maiores exemplos de fidelidade a Deus do Velho Testamento (Josué 24.29-31; Juízes 2.7-9).
A Bíblia Sagrada faz referências a quatro homens com o nome de Josué, a saber: 1-Josué: filho de Num e sucessor de Moisés (Êxodo 33.11; Deuteronômio 34.9; Josué 1.1,2; Números 13.8-16). 2-Josué; dono dum campo em Bete-Semes, onde a Arca da Aliança foi colocada e ficou exposta à vista de todos, depois de ter sido devolvida pelos filisteus (1º Samuel 6.14-18). 3-osué: um ancião residente em Jerusalém, que também era um dos mais importantes líderes da cidade, nos tempos do rei Josias. Os altares para a adoração idólatra em Jerusalém ficavam perto da casa de Josué.  Mas, o rei Josias mandou demoli-los, por ocasião de sua reforma religiosa (2º Reis 23.8). 4-Josué Jeshua: filho de Jeozadaque, que foi sumo sacerdote dos hebreus repatriados, após o exílio babilônico (Ageu 1.1-14; 2.2-4; Zacarias 3.1-9; 6.11).
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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4-OTNIEL, O FILHO DE QUENAZ: 
Otniel foi o terceiro juiz de Israel, e sua magistratura ocorreu depois da morte de Josué, o filho de Num e sucessor de Moisés, o grande legislador. Nessa época, a nação israelita já tinha ocupado grande parte da Terra Prometida, e não havia mais se levantado nenhum outro líder ou profeta de Deus do mesmo nível de Moisés ou de Josué. Otniel era filho de Quenaz, e sobrinho de Calebe (irmão mais moço de Quenaz). Otniel era também neto de Jefuné, o pai de Quenaz e de Calebe (Josué 1.13; 3.9; Números 32.12; 1º Crônicas 4.15).
Otniel casou com uma prima sua: Acsa, a filha de Calebe, seu tio. Esse casamento deveu-se ao fato de Calebe haver prometido a filha Acsa em casamento ao guerreiro que conseguisse conquistar a cidade cananita de Debir (em hebraico) ou Quiriate-Sefer (em aramaico), que era bem fortificada. Por ter conseguido tal feito, Otniel casou-se com Acsa e teve um filho com ela, a quem chamou de Hatate. Assim, Otniel estabeleceu sua família nas terras da tribo de Judá. Posteriormente, um de seus descendentes fez parte do grupo de 24.000 homens que serviam na corte do rei Davi (Josué 15.16-19; Juízes 1.11-15; 1º Crônicas 4.13; 27.1-15).
Fazia oito anos que as nações estrangeiras oprimiam Israel, principalmente a Síria, não permitindo que a nação israelita usufruísse devidamente da Terra Prometida. Quando a situação tornou-se insustentável, os israelitas clamaram a Deus por uma liderança forte e combativa, que os livrasse dos opressores. Assim, Otniel foi escolhido. Destemidamente, ele armou o exército de Israel e atacou os sírios, derrotando o rei Cusã-Risataim e expulsando o exército da Síria das terras israelitas. Depois, assumiu o controle de Israel, passou a governá-la com competência e a realizar os julgamentos da população com clareza e justiça (Juízes 3.8-11).
A tribo de Judá, da qual descendia Otniel, estava instalada no território que recebeu o mesmo nome (território de Judá), que era localizado ao norte do território de Benjamim, ao leste do Mar Morto, também conhecido por Mar Salgado, ao oeste de Mar Mediterrâneo e a sudoeste da região de Acrabim (Josué 15.5-12; 18.11).
O território de Judá possuía cidades e regiões importantes, tais quais: Zim, Cades-Barnéia, Esrom, Adar, Carca, Azmom, o vale da torrente do Egito e a metade de Berseba (a outra metade dessa região foi destinada aos simeonitas). Os queneus, uma tribo gentia (não israelita) aparentada com Moisés, o grande legislador, em razão de seu casamento com Zípora, a filha de Jetro Reuel, também passou ao residir no território de Judá (Josué 15.1-4; 19.1-9; Juízes 1.16).
Porém, os principais habitantes do território Judá eram os próprios judeus, ou seja, os descendentes de Judá, o quarto filho do patriarca Jacó. Já fazia 216 anos que os israelitas moravam no Egito, quando foi constatado que os homens da tribo de Judá, com idade superior aos 20 anos, perfaziam um total de 74.600. Era o maior efetivo masculino entre as 12 tribos de Israel (Números 1.26,27).
Décadas depois, já passados os 40 anos de peregrinação pelo deserto, após a saída do Egito, esse mesmo efetivo da tribo de Judá havia aumentado para 76.500, ou seja, um aumento de 1.900 homens, o que tornava Judá a tribo de maior potencial humano de Israel (Números 26.22).
Foi no período da monarquia em Israel que Judá passou a ser um reino (Reino de Judá), quando houve a divisão das 12 tribos de Israel em duas nações. Davi havia sido aclamado rei de Judá. Enquanto isso, Is-Bosete (o filho de caçula de Saul) era coroado rei das outras 11 tribos (Reino de Israel). Porém, com a morte de Is-Bosete, Davi conseguiu reunificar a nação de Israel, reinando sobre ela. Porém, no reinado de seu neto Reoboão, filho de Salomão, mais uma vez Israel voltou a dividir-se em duas nações, desta feita com os nomes de Reino do Norte (Israel) e Reino do Sul (Judá). A tribo de Benjamim aliou-se à tribo de Judá e ambas formaram o Reino do Sul. Reoboão, o filho de Salomão, reinou sobre Judá. E, Jeroboão I, o filho de Nebate, reinou sobre Israel (2º Crônicas 25.5). É interessante observar que a Bíblia Sagrada faz referências a uma tribo, dois lugares e a sete pessoas com o nome de Judá:
1-Judá; a tribo da qual descendia Otniel, instalada no território que recebeu o mesmo nome (Josué 15.5-12; 18.11).
2-Judá: território que possuía cidades e regiões importantes, tais quais: Zim, Cades-Barnéia, Esrom, Adar, Carca, Azmom, o vale da torrente do Egito e a metade de Berseba (Josué 15.1-4; 19.1-9; Juízes 1.16).
3-Judá ou Reino do Sul: quando houve a divisão das 12 tribos de Israel em duas nações. Primeiramente, quando Davi foi coroado rei da tribo de Judá, enquanto Is-Bosete era coroado rei do restante de Israel. Depois, quando seu neto Reoboão, filho de Salomão, reinava sobre a nação de Israel unificada e ela foi dividida em Reino do Norte e Reino do Sul (2º Crônicas 25.5).

4-Judá: o quarto filho de Jacó com sua esposa Léia, e patriarca da tribo que levou seu nome (Gênesis 29.35; 1º Crônicas 2.1).

5-Judá Hodavias Hodeva: que retornou do cativeiro babilônico para Jerusalém, juntamente com Zorobabel (Esdras 2.40; 3.9; Neemias 7.43).
6-Judá: um levita que também fez parte da comitiva de judeus que retornou para Jerusalém, junto com Zorobabel (Neemias 12.1-8).
7-Judá: outro levita que juntamente com os sacerdotes e outros levitas, despediram suas esposas estrangeiras e os filhos que tiveram com estas, a fim de voltarem para Jerusalém (Esdras 10.23-44).
8-Judá: benjamita que depois do exílio babilônico serviu em Jerusalém como supervisor, na reconstrução do Templo e dos muros da cidade (Neemias 11.7-9).
9-Judá: um dos participantes da solenidade inaugural da reconstrução dos muros de Jerusalém (Neemias 12.31-34).
10-Judá: músico sacerdotal que também participou da solenidade inaugural da reconstrução dos muros de Jerusalém (Neemias 12.35,36).
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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 5-EÚDE, O JUIZ CANHOTO:
 
Eúde era filho de Gera, da tribo de Benjamim. Ele foi escolhido por Deus para livrar a nação israelita da dominação dos moabitas, que já durava 18 anos. Nessa época, o rei de Moabe era Eglom. Eúde era canhoto e foi o quarto juiz de Israel, a contar de Moisés (Juízes 3.12-16). Quando os israelitas clamaram a Deus por uma liderança forte que os livrasse da opressão moabita, o Senhor fez surgir o habilidoso Eúde, que se sobressaía como guerreiro, por ser canhoto e ambidestro ao mesmo tempo. Otniel, o juiz anterior e que os livrara da opressão da Síria, já não estava mais entre eles, pois havia morrido.
A primeira missão de Eúde (como novo juiz de Israel) foi entregar ao rei Eglom, da Síria, o tributo dos israelitas. Para isso, Eúde fez uma espada de dois gumes e a escondeu debaixo de suas vestes, através da coxa direita. Em seguida, reuniu um escolta de israelitas e se dirigiu para Moabe, entregando o tributo diretamente ao obeso rei Eglom, em seu palácio. Após, Eúde retornou com sua escolta para Israel. No caminho de volta, Eúde parou para descansar no sopé da montanha de Gilgal, onde os moabitas mantinham muitas imagens de esculturas dos falsos deuses a quem serviam. Eúde mandou que sua escolta continuasse a marcha de volta a Israel, e retornou sozinho ao palácio de Eglom, dizendo precisar entregar-lhe pessoalmente uma mensagem secreta. Assim, ele foi levado à presença de Eglom, que estava confortavelmente instalado no terraço de seus aposentos, onde recebia as visitas especiais.
Quando Eúde disse ao rei que lhe trazia uma mensagem secreta da parte do Deus de Israel, Eglom mandou que todos os presentes se retirassem, para que ele pudesse receber em particular a mensagem trazida por Eúde. Quando ficou a sós com o rei, Eúde levantou-se de sua cadeira, sacou a sua espada bigúmea e enfiou-a até o cabo na imensa barriga de Eglom, matando-o com um só golpe. Depois, saiu calmamente do terraço, fechando as cortinas atrás de si. Ao chegar à antecâmara onde estavam os servidores do rei, Eúde lhes falou que o rei dissera que não queria ser perturbado, pois desejava dormir. Assim, Eúde saiu do palácio sem ser molestado e encaminhou-se para Seirá, que era um caminho improvável para quem se dirigisse a Israel (Juízes 3.17-26).
De Seirá, Eúde encaminhou-se para Israel, através do território de Efraim. Ao adentrar em território efraimita, ele foi saudado por toques de trombetas, pois a morte de Eglom já se havia espalhado. Então, todos os israelitas foram homenagear Eúde nas montanhas de Efraim, onde ele se encontrava. Ele aproveitou a aglomeração dos israelitas em torno de si para formar um exército e atacar os moabitas, que estavam enfraquecidos depois da morte de seu rei. Assim, Eúde formou um grande exército, no meio do qual havia 700 guerreiros que também eram canhotos. Atravessou sorrateiramente o rio Jordão e atacou os moabitas, exterminando o seu exército de 10.000 homens fortes e corpulentos. Depois de subjugar o reino de Moabe, Israel ficou em paz durante 80 anos (Juízes 3.27-30).
Depois do juizado de Eúde, levantou-se um novo juiz em Israel chamado Sangar, que livrou os israelitas do domínio dos filisteus. Porém, a magistratura de Sangar foi de apenas um ano, pois ele veio a morrer em combate. A grande façanha atribuída a Sangar foi matar 600 filisteus com uma aguilhada de bois. Aguilhada era uma vara comprida com ferrão na ponta, usada para tanger o gado. Sangar era filho de Anate e nascido na cidade de Bete-Anate, localizada no território de Naffalí. Na verdade, Sangar foi um precursor e uma pequena amostra do que seria o juiz Sansão (o homem mais forte do mundo) para os israelitas de sua época (Juízes 1.33; 3.31).
Porém, não devemos confundir Sangar, o filho de Anate, com Sangar-Nebo, que era o nome de um dos príncipes da Babilônia que entraram em Jerusalém, depois que foi aberta uma grande brecha nas muralhas da cidade, no ano de 607 AC (Jeremias 39.3).
A Bíblia Sagrada faz referências a dois homens com o nome de Eúde, a saber:
1-Eúde; o filho de Gera, da tribo de Benjamim, o qual era canhoto e foi o quarto juiz de Israel, a contar de Moisés (Juízes 3.12-16).
2-Eúde: filho de Bilã, neto de Jediael, bisneto de Benjamim, trineto de Jacó e tetraneto de Isaque, filho de Abraão (1º Crônicas 7.6-10).
 
 Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------              6-SANGAR, O FILHO DE ANATE:
 
Sangar era filho de Anate e nascido na cidade de Bete-Anate, localizada no território de Naffalí. Sangar foi um precursor e uma pequena amostra do que seria o juiz Sansão (o homem mais forte do mundo) para Israel. Porém, a magistratura de Sangar foi de apenas um ano, pois ele veio a morrer em combate. A grande façanha atribuída a Sangar foi ter matado 600 filisteus com uma aguilhada de bois. Aguilhada era uma vara comprida com ferrão na ponta, usada para tanger o gado. Sangar foi o quinto juiz de Israel, a contar de Moisés (Gênesis 1.33; 3.31).
Não devemos confundir Sangar, o filho de Anate, com Sangar-Nebo, que era o nome de um dos príncipes da Babilônia que entraram em Jerusalém, depois que foi aberta uma grande brecha nas muralhas da cidade, no ano de 607 AC. (Jeremias 39.3).
A Bíblia Sagrada faz referências a duas pessoas com o nome de Anate:
1-Anate: o pai de Sangar, o quinto juiz de Israel (Juízes 3.31; 5.6).
2-Anate: uma das três principais deusas cananéias. Ela é apresentada como esposa e como irmã do falso deus Baal, ao mesmo tempo. Anate também é apresentada concomitantemente como deusa da guerra e do sexo lascivo.
Porém, como o termo “Anate” em hebraico é do gênero masculino, e na língua cananita é do gênero feminino, não há relação direta entre os dois termos.
Quanto à cidade de Bete-Anate, onde nasceu Sangar, ficava localizada no território de Naftalí. Antes de ser conquistada pelos israelitas, Bete-Anate pertencia aos cananeus, e foi designada como possessão da tribo de Naftalí. No entanto, os guerreiros de Naftalí, ao invés de expulsar os cananeus, os submeteram a trabalhos forçados.
Em hebraico, o termo “Bete” significa “Casa”. Portanto, na mesma língua, “Bete-Anate” tem o significado de “Casa de Anate” (Josué 19.38,39 Juízes 1.33).
A Bíblia Sagrada faz referências a 46 localidades cujo primeiro termo é a expressão “Bete”. Apresentamos neste estudo 15 dessas muitas localidades:
1-Bete-Anate, que significa “Casa de Anate”. Cidade onde nasceu Sangar. Atualmente, a cidade de Bete-Anate ainda existe. Mas, é conhecida como Safed El-Battikh e fica a 24 km de distância da cidade de Tiro (Josué 19.38,39 Juízes 1.33).
2-Bete-Anote, que significa “Casa de respostas às orações”. Essa cidade ainda existe como nome de Khirbet Beit ‘Anun e fica localizada a 6 km da cidade de Hébron (Josué 15.59).
3-Bete-Arabá, que significa “Casa da Planície Desértica”. Era um oásis que ainda existe, com o nome de ‘Ain El-Gharabah, e fica localizado na planície desértica da extremidade norte do Mar Morto e a 6 km de distância da cidade de Jericó (Josué 15.6, 61; 18.21,22).
4-Bete-Arbel, que significa “Casa de Arbel”. Cidade que foi saqueada pelo rei Salmaneser V. Ainda existe e é conhecida como Irbid. Localiza-se a 29 km de distância do Mar da Galiléia e da cidade de Gileade (Oséias 10.14).
5-Bete-Asmavete, que significa “Casa em que a morte é forte”. Cidade que ainda existe e com o nome de Hismed (hebraico) ou Hisma (aramaico). Localiza-se a 8 km de Jerusalém, entre as cidades de Geba e Anatote (Esdras 2.1-24; Neemias 7.28; 12.29).
6-Bete-Áven, que significa “Casa que é prejudicial” em hebraico e “Algo que é prejudicial” em aramaico. Cidade próxima de Aí, entre as cidades de Betel e Micmás. Era território filisteu. Não mais existe (Josué 7.2; 18.11,12; 1º Samuel 13.5 14.23).
7-Bete-Baal-Meom, que significa “Casa de Baal-Meon”. Cidade localizada no planalto de Moabe. Hoje está em ruínas e é identificada como Ma’in. Em 800 metros de altitude, localiza-se a 12 km do Mar Morto e a 6 km da cidade de Medeba (Josué 13.17; Números 32.3-38; Jeremias 48.20-23; Ezequiel 25.9,10).
8-Bete-Bara que significa “Casa de Bara”. Uma planície situada ao oeste do rio Jordão e da baixada de Jezreel, que serviu de campo de batalha em várias ocasiões. Ainda existe com o nome de Uádi Far’ah (Juízes 6.33; 7.24 3.27,28).
9-Bete-Biri que significa “Casa de Biri”. Cidade construída sobre um monte e localizada na região de Negebe, no território de Judá, mas que foi designada para os simeonitas. Era conhecida como “Bete-Biri” em hebraico e “Bete-Lebaote” em aramaico. Isso porque o monte sobre o qual a cidade foi construída pertencera a um arameu chamado Biri Lebaote. Atualmente, resta apenas o monte, com o nome de Monte Jeel El-Biri, localizado a 40 km da cidade de Berseba (Josué 19.6; 1º Crônicas 4.24-31).
10-Bete-Car, que significa “Casa do Carneiro”. Era um território filisteu, onde eles foram derrotados pelos israelitas, que se tornaram os novos proprietários daquelas terras. Ainda existe com o nome de ‘Ain Karim (em hebraico) ou El Kerem (em aramaico). Localiza-se a 7 km do monte do Templo de Jerusalém (1º Samuel 7.11; Jeremias 6.1; Neemias 3.14).
11-Bete-Dagom I, que significa “Casa de Dagom”. Cidade localizada na parte oriental do território da tribo de Aser, que fazia fronteira com o território da tribo de Zebulom (Josué 19.24-2).
12-Bete-Dagom II, que significa “Casa de Dagom”. Cidade localizada no território da tribo de Judá, que antes pertencera a Filístia. Tal cidade ainda existe com o nome de Khirbet Dajum (em hebraico) ou Beit Dajan (em aramaico) e localiza-se a 10 km da cidade de Tel Avi-Yafo (Josué 15-21-47).
13-Bete-Diblataim, que significa “Casa de Diblataim”. Era a antiga cidade de Moabe. Ainda existe com o nome de “Bete-Diblatene” (em hebraico) ou “Almom-Diblataim” (em aramaico). Foi construída por Mesa, rei de Moabe (Números 33.4; Jeremias 48.22).
14-Bete-Éden, que significa “Cidade do Éden”. Cidade localizada no território da Síria. Ainda existe com o nome de “Bit-Adini”. Localiza-se a 480 km de Damasco, a capital da Síria (Amós 1.5; Isaías 7.8; 2º Reis 16.9; 19.12; Ezequiel 27.23).
15-Bete-Emeque, que significa “Casa da Baixada”. Cidade localizada no território da tribo de Aser. Ainda existe com o nome de “Tell Mimas” (em hebraico) ou Tel Bet Ha-Emeq (em aramaico) e situa-se a 8 km de distância da cidade de Aco e nas vizinhanças da aldeia árabe denominada ‘Amqa, atualmente abandonada (Josué 19.24-27).
 
 Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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7-DÉBORA, A JUÍZA DE ISRAEL:
 
Débora foi profetisa em Israel, cargo que acumulou com o de juíza dos israelitas. Débora era casada com Lapidote e tinha sua residência numa localidade cheia de palmeiras, entre as cidades de Ramá e de Betel, no território de Efraim. Era no mesmo lugar em que morava que Débora exercia a sua magistratura, pois ela usava uma grande sala de sua casa como tribunal. Em hebraico, a palavra Débora significa “Abelha”. “Lapidote”, o nome de seu marido, em hebraico significa “Tocha”. Em aramaico significa “Lampejos” (Juízes 4.4,5).
Mas, não devemos confundir Débora, esposa de Lapidote, juíza e profetisa de Israel, com a Débora, serva de Rebeca, a esposa de Isaque, o filho de Abraão. Rebeca, a esposa de Isaque, era filha de Betuel, que por sua vez era filho de Naor, um dos irmãos de Abraão. O nome da mãe de Betuel era Milca. Quando Rebeca casou-se com Isaque, Débora a acompanhou na mudança para a Palestina, onde morava a família de Abraão, pai de Isaque.
Débora, a serva de Rebeca, era muito querida pela família de Jacó. Tanto é que, anos depois, quando ela morreu foi muito pranteada; e sepultada sob uma grande árvore, na cidade de Betel. Ao local do enterro de Débora deram o nome de “Alom-Bacute”, que em hebraico significa “Árvore Maciça de Choro” (Gênesis 24.39; 35.8).
Foi Débora, a juíza de Israel, quem convocou Baraque, que seria seu substituto como juiz dos israelitas, para liderar um exército de 10.000 israelitas e vencer o exército cananeu, chefiado pelo general Sísera. Nessa época, Jabim era o rei de Canaã, cuja capital era Hazor. Já fazia 20 anos que os cananeus hostilizavam e oprimiam os israelitas. Sísera, o general cananeu, morava na cidade cananita de Harosete, que fazia fronteira com Israel. Dali, ele liderava as incursões dos cananeus em terras israelitas. O exército de Jabim era muito mais numeroso do que o exército de Israel e possuía 900 carros de guerra (bigas).
Baraque era filho de Abinoão e residia em Quedes, cidade localizada no território de Naftalí. Quando convocou Baraque, Débora profetizou que ele seria vitorioso nessa batalha contra os cananeus. Então, Baraque convidou Débora para ir com ele para Quedes, convocar o exército, e depois para o campo de batalha, informando-a que: se ela não fosse, ele também não iria. Débora aceitou o convite e o acompanhou até Quedes, onde Baraque convocou os israelitas das tribos de Naftalí e de Zebulom, formou um exército de 10.000 soldados e dirigiu-se para o Monte Tabor, nas margens do rio Quisom, onde ocorreria a batalha. Débora o acompanhou, e mais uma vez profetizou, informando que a vitória final sobre os cananeus estava nas mãos de uma mulher. Porém, esclareceu que essa mulher não seria ela (Juízes 4.6-10).
Nisso, Sísera foi informado de que o exército israelita estava acampado sobre o Monte Tabor, nas proximidades de Harosete, e resolveu atacá-lo. Mas, seu ataque foi um verdadeiro desastre para os cananeus. Para subir ao Monte Tabor e atacar os israelitas, os cananeus tinham que atravessar o rio Quisom, que se tornou uma torrente devastadora, imobilizando todos os seus carros. A torrente do rio Quisom os arrastou. Baraque e seus homens aproveitaram essa vantagem, e o relato bíblico informa que “todo o acampamento de Sísera caiu ao fio da espada” (Juízes 4.10-16; 5.20-22).
Desesperado, o general Sísera abandonou sua biga e seu exército derrotado. Ao ver-se cercado, fugiu e refugiou-se na tenda de Jael, esposa de Héber, um queneu que estava em paz com Jabim. Jael mostrou hospitalidade para com Sísera. Mas, enquanto ele dormia, ela o matou, utilizando-se de um martelo e de uma estaca de tenda, a qual ela cravou-lhe na testa. Quando Baraque chegou, Jael o convidou a entrar na tenda, onde ele viu que a promessa de Deus se cumprira. Sísera fora realmente derrotado por uma mulher. Depois dessa vitória sobre os cananeus, os israelitas viveram em paz por mais 40 anos, depois de obrigar ao rei Jabim a pagar tributos anuais para Israel (Juízes 4.17-24; 5.24-31).
Quanto a Jael, a mulher que matou o general Sísera, ela acompanhou seu marido Héber à região de Zaananim, quando ele resolveu afastar-se de Quedes, cidade onde nasceu e morava, e fixar residência naquela região. Assim como o seu marido, Jael também não era israelita, e sim gentia. Héber armou suas tendas próximas a um grande carvalho, e ali, juntamente com seus familiares e seus servos, passou a criar os seus rebanhos.
Embora seu marido Héber tivesse mantido a paz com os cananeus, Jael viu na fuga de Sísera uma grande oportunidade de fazer amizade com os israelitas, uma vez que logo surgiriam os perseguidores do general cananeu. Ela ofereceu pousada, comida e água a Sísera, além de um cobertor para ele se cobrir. Cansado pela batalha e pela fuga a pé, logo Sísera adormeceu pesadamente. Então, Jael aproveitou para pegar um martelo de bater estacas, que ela sabia manejar com maestria, e uma estaca de tendas, e acertou a cabeça de Sísera, matando-o enquanto dormia. Por esse ato de bravura, Jael foi homenageada no “Cântico de Débora” (Juízes 5.1-31).
Quanto a Baraque, o sétimo juiz de Israel, foi citado historicamente entre aqueles que “pela fé, derrotaram os reinos em conflito, tornaram-se valentes na guerra e desbarataram os exércitos estrangeiros” (Hebreus 11.31-34).
 
 Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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 8-BARAQUE, O FILHO DE ABINOÃO:
 
Baraque era filho de Abinoão, da cidade de Quedes, localizada no território de Naftalí. Já fazia 20 anos que os israelitas eram oprimidos pelos cananitas, cujo rei era Jabim. Desesperados com o jugo, eles começaram a clamar para que Deus lhes enviasse um novo líder, que os libertasse do jugo cananeu. Então, Deus lhes enviou Baraque, que se tornou o sétimo juiz de Israel. Em hebraico, a palavra “Baraque” significa “raio”. Em aramaico significa “relâmpago” (Juízes 4.1-3).
Passada a magistratura de Sangar, os israelitas desviaram-se novamente da verdadeira adoração ao Senhor Deus. Assim, por 20 anos, ELE permitiu que fossem oprimidos por Jabim, rei de Canaã. Então, eles clamaram a Deus por libertação. Foi quando Baraque se tornou seu líder, por designação de Deus (Juízes 4.1-3).
Ao passo que os opressores cananeus estavam fortemente armados, os israelitas careciam de armamento de guerra, pois não havia nenhum escudo e nenhuma lança entre os 40.000 soldados de Israel (Juízes 5.8).
No entanto, nos dias de Baraque, Deus deu a Israel à vitória sobre seus adversários, triunfo este que não foi esquecido (Salmo 83.9).
Os dois relatos destes assuntos, nos textos de Juízes 4.1-3 e 4.4-24, e no exultante cântico de Débora a Baraque, no texto de Juízes 5.1-32, se complementam, e pintam vívido quadro do que ocorreu naquela época.
A profetisa Débora, que estava então julgando Israel, incentivou Baraque a tomar a iniciativa de libertar seu povo. Baraque concordou, mas sob a condição de que Débora o acompanhasse. Ela concorda, embora diga a Baraque que Deus derrotaria Sísera, chefe das forças de Jabim, através de uma mulher (Juízes 4.4-9).
Baraque recrutou 10.000 homens da região de Naftalí, de Zebulom e de outras tribos de Israel (Juízes 4.6; 5.9-18), e subiu o Monte Tabor. Sabendo disso, Sísera e seu exército (equipado com 900 carros, guarnecido com foices de ferro), avançaram contra os israelitas, ao longo do leito seco do rio Quisom, na planície de Jeezreel. Com Baraque na dianteira, o exército israelita, precariamente equipado, desceu corajosamente do Monte Tabor, pronto para a peleja com os cananeus, que estavam fortemente armados.
No entanto, o rio Quisom tornou-se uma torrente devastadora, imobilizando os carros dos cananeus. A torrente do rio Quisom os arrastou. Baraque e seus homens aproveitaram essa vantagem, e o relato bíblico informa que “todo o acampamento de Sísera caiu ao fio da espada” (Juízes 4.10-16; 5.20-22).
O próprio Sísera abandonou seu carro e seu exército derrotado. Ao ver-se cercado, fugiu e refugiou-se na tenda de Jael, esposa de Héber, um queneu que estava em paz com Jabim. Jael mostrou hospitalidade para com Sísera. Mas, enquanto ele dormia, ela o matou, utilizando-se de um martelo e de uma estaca de tenda, a qual ela cravou-lhe na testa. Quando Baraque chegou, Jael o convidou a entrar na tenda, onde ele vê que a promessa de Deus se cumpriu. Sísera fora realmente derrotado por uma mulher (Juízes 4.17-22; 5.24-27).
Depois disso, “os israelitas passaram a dominar Canaã e seu rei, Jabim”. Por essa razão, tal região de Israel teve paz durante 40 anos (Juízes 4.23,24; 5.31).
Baraque é citado historicamente entre aqueles que “pela fé, derrotaram os reinos em conflito, tornaram-se valentes na guerra e desbarataram os exércitos estrangeiros” (Hebreus 11.31-34).
Abinoão, o pai de Baraque, era habitante da cidade-refúgio de Quedes, território de Naftalí, onde nasceu seu filho Baraque. A palavra “Abinoão”, em hebraico, significa “Pai da Agradabilidade” (Juízes 4.6-12; 5.1,12).
A cidade de Quedes, da tribo de Naftalí, foi dada aos gersonitas e era uma cidade de refúgio (Josué 20.7; 21.32,33; 1º Crônicas 6.71).
Devido à sua localização, era também denominada de “QUEDES-NAFTALÍ” (Juízes 4.6) e de “QUEDES DA GALILÉIA” (Josué 20.7).
Sendo a cidade natal e a residência do juiz Baraque, Quedes serviu de ponto de reunião para os 10.000 homens de Naftalí e Zebulom, antes de sua vitória sobre o exército cananeu, chefiado por Sísera (Juízes 4.6,10).
Séculos mais tarde, a cidade de Quedes foi conquistada pelo rei assírio Tiglate-Pileser III, durante o reinado de Peca, de Israel, que reinou nos anos de 778 a 759 AC (2º Reis 15.29).
Atualmente, a antiga cidade refúgio de Quedes tem sido identificada como “Tell Qades” ou “Tell Qedesh”, uma elevação que dá acesso a uma pequena e fértil planície, localizada a 20 km ao sudoeste de região de Dã.
Em hebraico, “Quedes” significa “Lugar Santo”. Além da cidade-refúgio de Quedes, a Bíblia faz ainda referência a duas outras localidades que tem em seu nome os termos QUEDES ou CADES. Em aramaico, “Cades” tem o mesmo significado do hebraico “Quedes”: “Lugar Santo”.
A primeira é uma cidade ao sul de Judá, que tem o nome de CADES-BARNÉIA ou de QUEDES-BARNÉIA (Josué 15.21-23).
A segunda CADES-BARNÉIA ou QUEDES-BARNÉIA é uma localidade da região de Issacar, designada aos “filhos de Gérson”, que fica localizada a 4 km ao sudeste de Megido, e nas proximidades de Jocneão do Carmelo (1º Crônicas 6.71,72; Josué 12.21,22).
Essa localidade também é denominada de “QUISIOM”, e foi mencionada na lista do texto de Josué 12.21,22. Uma vez Baraque derrotou Sísera na região de Megido, perto desse local denominado Quedes ou Quisiom. Foi nessa região que Jael matou Sísera, chefe do exército cananeu, na sua tenda. Atualmente, essa localidade é identificada como “Tell Abu Qedeis” ou “Tel Qedesh” (Juízes 4.11, 17,21).
  
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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9-GIDEÃO, O GUERREIRO DE DEUS:

Gideão era da família de Abiezer e da tribo de Manassés, de Israel. O nome de seu pai era Joás e ele morava em Ofra, povoado situado ao oeste do rio Jordão. Gideão era considerado “o menor da casa de seu pai”. O nome GIDEÃO, em hebraico, significa Cortador. E, em aramaico significa Decepador. O termo aramaico equivalente ao hebraico Gideão é JURUBAAL. Assim, Gideão Jurubaal foi o oitavo juiz de Israel (Juízes 6.11-15).
Gideão viveu numa época muito turbulenta da História de Israel. Por causa da infidelidade dos israelitas para com Deus, eles não desfrutavam da produção de seu trabalho e de seu plantio. Durante vários anos, nações pagãs vizinhas, especialmente os midianitas, invadiam os campos de Israel com hostes tão numerosas que pareciam “gafanhotos”. A nação de Midiã mostrou-se tão cruel com os israelitas durante sete anos, que eles passaram a construir depósitos subterrâneos para armazenamento das colheitas, a fim de ocultar os seus suprimentos alimentares (Juízes 6.1-6).
Para evitar que os midianitas o descobrissem, Gideão malhava os grãos em lugar ermo (deserto), num “lagar de vinho”. Um dia apareceu-lhe o Anjo do Senhor que lhe disse: “__O Senhor é contigo, varão valoroso!” (Juízes 6.12).
Gideão respondeu que não era valoroso, posto que ele escondia-se para preservar seu trabalho, assim como a nação de Israel estava sofrendo a opressão dos midianitas, e ele nada podia fazer para resgatar Israel. O Anjo do Senhor passou a informar-lhe que ele (Gideão) havia sido escolhido por Deus para chefiar um pequeno exército que derrotaria os midianitas e libertaria Israel da opressão estrangeira. Em vista disso, Gideão pediu um sinal de Deus, para confirmar se aquela promessa era verdadeira. Ele trouxe um pedaço de carne, pães asmos (não fermentados) e um caldo de carne e os apresentou ao Anjo do Senhor, que determinou que ele colocasse a oferta sobre uma pedra, e as tocou com um bastão. Então, subiu fogo da rocha, que consumiu totalmente a oferta, em holocausto. Em seguida, o Anjo do Senhor desapareceu. Após isso, Gideão erigiu um altar ao Senhor Deus naquele local e o denominou “O Senhor é da paz” (Juízes 6.11-24).
Na noite desse mesmo dia, por ordem de Deus, Gideão destruiu um altar erguido ao “deus Baal”, pelo seu pai, e construiu ali um novo altar, que ofereceu ao Senhor Deus (Juízes 6.25-35). Com isso, Gideão conseguiu chamar a atenção do povo de Israel para si.E, para que não houvesse dúvida quanto à missão que Deus lhe confiara, Gideão pediu uma prova ao Senhor: pôs um novelo de lã ao relento, e pediu a Deus que no dia seguinte só o novelo de lã estivesse molhado pelo orvalho, e a terra em seu redor estivesse totalmente seca. E assim aconteceu (Juízes 6.36-38).
Ainda para confirmar a missão, Gideão pediu a repetição da prova de forma invertida, ou seja, que o mesmo novelo de lã, no dia seguinte, estivesse totalmente seco, e a terra ao seu redor molhada pelo orvalho da noite. E assim também aconteceu (Juízes 6.39,40).
Confiante nas promessas de Deus, Gideão passou à escolha e formação do exército com o qual combateria os midianitas. Essas instruções encontram-se descritas no texto de Juízes 7.1-25. Ao final, com um pequeno exército de 300 homens, Gideão combateu e venceu os midianitas. O exército midianita era 100 vezes maior do que o exército hebreu, e estava aliado com o exército dos amalequitas, que era outro povo pagão que oprimia os israelitas. Gideão dedicou a Deus essa grande vitória (Juízes 7.12).
Depois da retumbante vitória de Gideão sobre os midianitas, a nação de Israel viveu em paz durante 40 anos, que foi o tempo que durou sua magistratura sobre os israelitas. Gideão casou-se com várias mulheres e teve 71 filhos. Depois da morte de Gideão já bastante velho, seu filho primogênito Abimeleque, que ele tivera com a sua concubina siquemita, matou todos os seus irmãos, exceto Jotão (o caçula), que conseguiu fugir. Portanto, Abimeleque matou 69 irmãos (Juízes 8.28-9.5).
A história de Gideão, um dos maiores juízes de Israel, é uma das mais instrutivas e marcantes do Velho Testamento. Mostra que, mesmo em condições adversas, a fé e a obediência de um homem a Deus torna-o um herói na história de seu povo e de grande valor para a posteridade. Gideão volta a ser mencionado em Hebreus 11.32, no Novo Testamento, entre os juízes e profetas de Deus. 
 
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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10-TOLA, O FILHO DE PUVÁ:

 Tola, o nono juiz de Israel, era filho de Puvá e neto de Dodô. Ele descendia da tribo de Issacar, mas vivia na cidade de Samir, localizada na região montanhosa de Efraim, onde foi sepultado depois de uma magistratura de 23 anos sobre a nação de Israel. Em hebraico a palavra “Tola” significa “Pano Carmesim”. Em aramaico significa “Pano Escarlate” (Juízes 10.1,2). A Bíblia Sagrada faz referências a dois homens o nome de Tola, a saber:
1-Tola, o nono juiz de Israel e filho de Puvá (Juízes 10.1,2).
2-Tola, primogênito de Issacar, que acompanhou a família de Jacó na mudança para o Egito, no ano de 1.728 AC, ou seja, na época em que José (filho de Jacó) era o governador de alimentos daquela nação. Os filhos e os netos de Tola formaram uma família numerosa dentro da tribo de Issacar, a qual se deu o nome de “tolaítas” ou “família dos tolaítas” (Gênesis 46.8-13; Números 26.23; 1º Crônicas 7.1-7).
Samir, a cidade na qual morava Tola, localizava-se na região montanhosa de Efraim, próxima do local onde seria construída a cidade de Samaria, a qual seria a capital do Reino do Norte no período da monarquia em Israel. Samir ainda existe e é conhecida como Khirbet Somerah (em hebraico) ou El-Bireh (em aramaico). Localiza-se ao sudoeste de Hébron, numa distância de 20 km. Porém, não devemos confundir a cidade de Samir com a pessoa de Samir, que era um levita filho de Micmá (Josué 15.20,48; Juízes 10.1,2; 1º Crônicas 24.2-24).
Como a magistratura de Tola não teve grandes julgamentos ou libertações de destaque, passamos a mencionar outras localidades com o prefixo de “Bete”, que significa “casa de”, continuando assim a relação iniciada na matéria intitulada “Sangar, o filho de Anate”, onde foram listadas 15 dessas localidades. Continuando...
1-Bete-Ezel, que significa “Casa vizinha” em hebraico e “Casa ao lado” em aramaico. Cidade ainda existente com o nome de Deir-El-Asal, distante 16 km da cidade de Hébron (Miquéias 1.10-12).
2-Bete-Gader, que significa “Casa do muro de pedra”. Cidade localizada ao oeste do rio Jordão (Josué 12.13; 1º Crônicas 2.50,51).
3-Bete-Gilgal, que significa “Casa que rola” (em hebraico) ou “Casa que rola para longe” (em aramaico). Cidade situada nos limites orientais da região de Jericó, onde Eglom, rei dos moabitas na época do juiz Eúde, fixou sua residência (Josué 3.12-26; 4.19).
4-Bete-Haquerem, que significa “Casa da vinha”. Uma região localizada ao sul da cidade de Jerusalém, onde se fabricava vinho ótima qualidade (Jeremias 6.1; Neemias 3.14).
5-Bete-Harã, que significa “Casa de Harã”. Cidade situada no lado oriental do rio Jordão, localizada no território de Gade e que possuía excelentes pastos (Números 32.1, 34; Josué 13.27).
6-Bee-Hogla, que significa “Casa de Hogla”. Cidade situada no território da tribo de Benjamim, que fazia fronteira com o território da tribo de Judá. Ainda existe com o nome de Ein-Hajla, e localiza-se a 8 km ao sudoeste de Jericó (Josué 15.1-6; 18.11-21).
7-Bete-Horom, que significa “Casas Alta e Baixa”. Eram duas cidades gêmeas situadas na planície de Aijalom, próximas das cidades de Jope, Gibeão e Jerusalém. Ainda existem. A “Cidade Alta” denomina-se “Beit Ur El Fauga” (em hebraico) ou “Bete Horon Elyom” (em aramaico). A “Cidade Baixa” denomina-se “Beit Ur-Et Tahta” (em hebraico) ou “Bet Horom Tahton”. Ambas distam 16 km de Jerusalém (1º Crônicas 7.22-24).
8-Bete-Jesimote, que significa “Casa das desolações”. Planície localizada nas proximidades de Moabe, que fazia parte dos domínios do rei Síon. Depois de conquistada pelos israelitas, foi destinada à tribo de Rubem. Ainda existe com o nome de Khirbet Sweimeh (Números 33.48,49; Josué 12.1-3; 13.15-21; Juízes 11.13-27).
9-Bete-El ou Betel, que significa “Casa de Deus”. Destacada cidade de Israel, muitas vezes mencionada na Bíblia Sagrada. Foi segunda em importância, sendo superada apenas por Jerusalém, que além de ser a mais importante, foi também a mais mencionada nas Escrituras (1º Samuel 7.16; 10.3; 13.2; 30.18-27).
10-Bete-Lebaote, que significa “Casa de leoas”. Cidade pertencente à tribo de Simeão, porém localizada no território de Judá. Também era conhecida como “Lebaote” (Josué 19.1-6; 15.32; 1º Crônicas 4.31).
11-Bete-Maacá (em hebraico) ou Abel-Bete-Maacá (em aramaico), que significa “Casa de Maacá” (em hebraico) ou “Curso d’água” (em aramaico). Cidade fortificada localizada no território de Naftalí. Ainda existe e é conhecida como “Tell Abil” (em hebraico) ou “Tel Avel Bet Ma’akha” (em aramaico). Localiza-se na parte norte da Palestina. Essa cidade foi cercada pelos exércitos do rei Davi, sob o comando do general Joabe, quando o rebelde Seba nela refugiou-se. Atendendo ao pedido de uma sábia mulher, os moradores da cidade degolaram Seba e atiraram sua cabeça pelas muralhas da cidade. Assim, a cidade foi poupada (2º Samuel 20.14-22).
12-Bete-Marcabote, que significa “Casa dos carros”. Cidade pertencente à tribo de Simeão, porém localizada no território de Judá. Antes de ser conquistada pelos israelitas, Bete-Marcabote era uma cidade-fortaleza pertencente aos cananeus. Localizava-se nas proximidades da planície de Berseba e possuía boas estradas para a locomoção de carros (bigas). Ainda existe com o nome de “Madmana” (Josué 15.31; 19.1-5; Juízes 1.19; 1º Crônicas 4.31).
13-Bete-Meraque, que significa “Casa longínqua” em hebraico e “Casa distante” em aramaico. Era a última casa de Jerusalém em direção ao Monte das Oliveiras, antes de cruzar o Vale do Cédron. Foi nesse local que o rei Davi revistou suas tropas, antes de abandonar Jerusalém, para evitar o confronto com seu filho Absalão, que tentava lhe usurpar o trono (2º Samuel 15.1-26).
14-Bete-Milo, que significa “Casa de Milo”. Em hebraico, o termo “Milo” significa “Encher”. A “Casa de Milo” também era conhecida como “Torre de Siquém”. Era uma fortaleza ou cidadela, destruída por Abimeleque, irmão de Gideão Jurubaal, que se tornara o rei de Siquém. Isso ocorreu quando Abimeleque mandou atear fogo na cripta do templo do deus Beirite (Juízes 9.6-49).
15-Bete-En ou Béten, que significa “Casa de Pistácio”. Cidade pertencente à tribo de Aser, localizada a 13 km de Haifa e 17 km de Aco. Atualmente é conhecida como “Khirbet Itin” (Josué 19.25).  

Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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11-JAIR, O GILEADITA: 
Jair nasceu na região de Gileade e o seu pai lhe deu seu próprio nome. Ele era filho de Jair, neto de Hezrom, bisneto de Perez, trineto de Judá, tetraneto de Jacó, e foi o décimo juiz de Israel. Sua magistratura durou 22 anos. Jair teve 30 filhos e deu a cada uma das cidades conquistadas pelo seu pai Jair, o nome de cada um de seus filhos. Quando morreu, Jair (filho) foi enterrado em Calmom (Juízes 10.3-5; 1º Crônicas 2.3-22).
Embora descendente direto de Judá, por ser bisneto dele, Jair (pai) tornou-se famoso pelas suas façanhas no território manassita, de forma que era confundido com um dos descendentes de Manassés, irmão de Judá. Foi no território manassita que Jair conquistou as cidades que levaram os nomes de seus netos, dados pelo seu filho Jair. Em razão de suas enormes conquistas, o nome de Jair (pai) foi mantido por muitas gerações. As façanhas de Jair (pai) deram suporte para que seu filho Jair se tornasse o sétimo grande juiz de Israel. À notoriedade de Jair (pai) foi tão intensa que se deu o nome de Havote-Jair a uma parte da região de Gileade, que se estendia até Basã. Em hebraico o termo “Havote-Jair” significa “Aldeias de tendas de Jair”. Essa denominação foi em homenagem às conquistas de Jair (pai) no território que levou seu nome. Isso também justifica o fato de seu filho Jair ter nascido na região de Gileade (Números 32.39-41; Deuteronômio 3.14; Josué 13.29, 30; 1º Reis 4.13).
A região de Havote-Jair era composta por 30 cidades, o que coincidia com o número e os nomes dos filhos de Jair, o décimo grande juiz de Israel. Toda essa região prosperou bastante. Enquanto isso, a região de Gileade tinha 60 cidades, que também eram prósperas. Assim, houve uma separação política e administrativa das regiões de Gileade e de Havote-Jair, por causa do crescimento de ambas.
Tempos depois, já na época da monarquia em Israel, o rei Salomão reuniu as 30 cidades de Havote-Jair sob um só governo, assim como a região de Gileade com as suas 60 cidades. Numa época posterior ao reinado de Salomão, os reinos de Gesur e da Síria atacaram e conquistaram as 30 cidades da região de Havote-Jair, passando a dominá-las por um longo período, até que fossem novamente libertadas (Josué 13.30; Deuteronômio 3.4,5; 1º Reis 4.7-13; 1º Crônicas 2.23).
A Bíblia Sagrada faz referências a cinco personagens com o nome de Jair:
1-Jair: filho de Hezrom, neto de Perez, bisneto de Judá, trineto de Jacó e tetraneto de Isaque. Pai de Jair, o décimo juiz de Israel (Juízes 10.3-5; 1º Crônicas 2.3-22).
2-Jair: filho de Jair, neto de Hezrom, bisneto de Perez, trineto de Judá, tetraneto de Jacó, e o décimo grande juiz de Israel (Juízes 10.3-5; 1º Crônicas 2.3-22).
3-Jair: pai de Mardoqueu, da tribo de Benjamim. Mardoqueu era o primo mais velho (e também tutor) da rainha Ester, casada com o rei Assuero Xerxes I, da Pérsia (Ester 2.1-23).
4-Jair Jaaé-Oregim: pai de El-Hanã, que matou Lamí, o irmão do gigante Golias, o giteu (2º Samuel 21.19; 1º Crônicas 20.5).
Tendo em vista que a magistratura de Jair, o décimo juiz de Israel, foi relativamente tranqüila, sem nenhum fato de grande notoriedade, passaremos à continuação da lista nos nomes de localidades cujo prefixo é “Bete”, que significa “Casa de”. Até agora, registramos 30 desses nomes, sendo 15 na matéria intitulada “Sangar, o filho de Anate”, e mais 15 na outra matéria intitulada “Tola, o filo de Puvá”. Seguem mais oito palavras, totalizando 38.
1-Bete-Ninra, que significa “Casa do leopardo”. Cidade também conhecida simplesmente por Ninra, localizada no território da tribo de Gade, ao leste do rio Jordão. Antes de ser conquistada pelos israelitas, fazia parte dos domínios do rei Síon. Ainda existe com o nome de Tell-Nimrin (em hebraico) ou Tell Bleibil (em aramaico). Localiza-se a 19 km da cidade de Jericó (Números 32.3-3 6; Josué 13.27).
2-Bete-Pazes, que significa “Casa do Destroçamento”. Cidade localizada no território da tribo de Issacar, próxima à cidade de En-Hadá. Ainda existe com o nome de Kerm-El-Hadetheh (Josué 19.17-21).
3-Bete-Pelete, que significa “Casa de Fuga”. Cidade localizada na parte norte do território de Judá, nas vizinhanças de Berseba (Josué 15.21-27; Neemias 11.26).
4-Bete-Peor, que significa “Casa de Peor”. Cidade defronte a qual a nação israelita acampou, no último ano de sua peregrinação pelo deserto. O povo da cidade adorava a um falso deus chamado “Baal-Peor”. Com o tempo, os israelitas também se envolveram com esse tipo de idolatria (Números 25.1-9; Deuteronômio 3.29).
5-Bete-Rafa, que significa “Casa de Rafa”. Pertencia a um homem chamado Estom de Rafa, que era patriarca de uma enorme família, também conhecida como “família de Rafa” (1º Crônicas 4.12).
6-Bete-Reobe, que significa “Casa da Praça Pública” (em hebraico) e “Lugar Amplo” (em aramaico). Também era conhecida como “Reobe”. Cidade principal (capital) do pequeno reino arameu de Laís, localizada entre os montes Líbano e Antilíbano. Quando foi conquistada pelos israelitas, Bete-Reobe passou a pertencer à tribo de Dã. Antes da conquista, Bete-Reobe foi o ponto máximo da Terra Prometida que os 12 espiões enviados por Moisés alcançaram, na investigação preliminar de Canaã (Números 13.21; Juízes 18.7-28; 2º Samuel 10.6-8).
7-Bete-Sã ou Bete-Seã, que significa “Casa de Sã” (em hebraico) ou “Casa de Seã” (em aramaico). Região muito fértil, 120 metros abaixo do nível do mar, localizada nas proximidades da planície de Jezreel e distante 5 km do rio Jordão. Atualmente é conhecida como Tell-El-Hush (em hebraico) e Tel Bet She’na (em aramaico), e continua sendo uma região fértil (Josué 17.11-18; Juízes 1.27,28; 1º Crônicas 7.29).
8-Bete-Semes (em hebraico) ou “Bete-Ir” (em aramaico), que significa “Cidade do Sol”. Nome dado a quatro cidades bíblicas. I-A primeira, situada entre as cidades de Quesalom e Timná, e foi doada aos levitas como cidade sacerdotal (Josué 15.10 19.41; 21.13 1º Crônicas 6.59). II-A segunda era uma cidade fortificada na região de Naftalí. Antes da sua conquista pelos israelitas, Bete-Semes pertencia aos cananeus, que depois da dominados, foram obrigados a fazer trabalhos forçados para Israel (Josué 19.35-39; Juízes 1.33). III-A terceira localizava-se perto do rio Jordão e pertencia ao território de Issacar, a 3 km do Mar da Galiléia e a 16 km do monte Tabor. Hoje é conhecida como El-‘Abeidiyed (Josué 19.22,23). IV-A quarta é uma cidade egípcia situada na periferia nordeste de Cairo, a atual capital do Egito. Recebeu o nome egípcio de Heliópolis, porém já foi chamada de Om do Egito (Jeremias 43.13).

Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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             12-JEFTÉ, O PRIMOGÊNITO DE GILEADE:

Jefté pertencia à tribo de Manassés e era o filho primogênito de Gileade. Em hebraico, a palavra “Jefté” significa “Que Deus abra!”. Em aramaico significa “Deus abriu!”. Ele foi o 11º juiz de Israel (Números 26.19; Juízes 11.1).
Jefté foi juiz de Israel durante seis anos, ou seja, de 1.173 a 1.167 AC, no período em que Eli era o sacerdote de Israel e que o jovem Samuel se preparava para ser o próximo profeta daquele reino (Juízes 11.26; 12.7).
Antes de casar-se com Gileade, a mãe de Jefté fora prostituta em Israel. Casada, deixou a prostituição e passou a ser a segunda esposa de Gileade. Foi quando Jefté nasceu.
Quando Gileade morreu, os meios-irmãos de Jefté, filhos da esposa primária do Gileade, o expulsaram da tribo, temendo que ele viesse a herdar tudo o que o pai deixara, em razão dele ser o primogênito (Deuteronômio 21.15-17).
Quando Jefté foi expulso por seus meios-irmãos, passou a morar na terra de Tobe, região ao leste de sua tribo, fora dos limites de Israel. Nessa fronteira, Jefté ficou vulnerável aos ataques dos amonitas, povo inimigo de Israel, liderado pelo rei Amom. Mas, de tanto repelir esses ataques, Jefté tornou-se um grande guerreiro.
Não demorou muito e se juntaram a Jefté homens tornados ociosos e desempregados pelos ataques dos amonitas, formando assim um exército de mercenários, tendo Jefté como líder (Juízes 11.3).
As famílias que viviam no território ao leste do rio Jordão, em especial as pertencentes às tribos de Rubem, de Gade e de Manassés eram formadas por criadores de gado. E, por essa razão, os ataques dos amonitas haviam tirado os bens e o meio de vida dessas famílias (Juízes 10.6-10).
Enquanto a nação de Israel se enfraquecia, os amonitas e as outras nações circunvizinhas se fortaleciam. Por 18 anos Israel foi explorada pelas nações estrangeiras. O povo de Israel se voltou para a idolatria, adorando falsos deuses e ídolos pagãos, incorrendo assim na ira do Senhor Deus. Até que o rei Amom decidiu subjugar de vez o povo de Israel e preparou-se para uma invasão em grande escala (Juízes 10.7-17; 11.4).
Com isso, Israel congregou-se na região de Mispá. Os meios-irmãos de Jefté eram os líderes de suas famílias, e precisavam de um comandante experiente e de uma liderança abalizada. Então, resolveram apelar para que Jefté se tornasse o general das tropas israelitas, pois ele já era conhecido pela sua bravura e pela sua sagacidade como comandante militar. Jefté aceitou o convite, com a condição de que seria o governante maior de Israel quando terminasse o conflito. Assim, tornou-se o principal líder militar da nação (Juízes 11.1-31).
A fim de garantir a sua vitória contra os amonitas, Jefté fez um voto a Deus, que está registrado no texto de Juízes 11.30-40. Porém esse voto de Jefté demonstrou ser um voto apressado, senão totalmente desastrado. No entanto, foi um voto sacrificial e teria que ser cumprido. Nesse caso, Jefté votou (prometeu) que se Deus lhe desse a vitória total sobre os exércitos amonitas, ele ofereceria em holocausto a Deus a primeira pessoa (ou animal) que lhe viesse ao encontro na sua volta para casa.
E quem lhe veio ao encontro da sua volta para casa? A sua filha única, com adufes e danças. E, Jefté muito se arrependeu de seu voto apressado. Porém teve que cumpri-lo. E assim, sua filha foi oferecida em holocausto.
Mas, o que significa HOLOCAUSTO?
HOLOCAUSTO significa: sacrifício levítico que consiste na queima completa da vítima (animal) sobre o altar. Na época da 2ª Guerra Mundial, o termo passou a designar a matança sistemática dos judeus pela Alemanha nazista, então governada por Gustavo Adolfo Hitler. Portanto, Jefté teve que sacrificar a própria filha em razão de seu voto desastrado.
Mas, vencidos os amonitas, Jefté tornou-se o governante maior de toda a Israel. No entanto, os efraimitas (da tribo de Efraim), que se consideravam os dominantes de toda a região norte de Israel, recusaram-se orgulhosamente de reconhecer Jefté como o líder principal, e procuraram justificar-se, inventando uma acusação falsa de que Jefté não os havia convocado para a guerra contra os amonitas. E, por essa razão, diziam-se ofendidos com ele. Então, ameaçaram queimar a casa de Jefté, com todos os seus familiares dentro (Juízes 12.1).
Como se não bastasse, os efraimitas ainda zombavam de Jefté, relembrando a sua expulsão de casa pelos seus meios-irmãos, quando da morte de seu pai (Juízes 12.2-4).
Na luta que se seguiu, os efraimitas foram derrotados e desbaratados pelas tropas de Jefté, que cercaram toda a região norte de Israel, onde moravam os efraimitas.
Para evitar que os efraimitas fugissem ao cerco ou se infiltrassem entre os soldados de Jefté, foi criada uma senha, ou palavra de passe, que deveria ser corretamente pronunciada quando solicitada. A palavra era “Schimbolet” em hebraico ou “Ximbolete” em aramaico. Assim, quando alguém tentava atravessar o rio Jordão ou passar pelas suas margens, e não era reconhecido pelos soldados de Jefté, lhe era cobrada a senha. Se não soubesse pronunciar corretamente a senha, era considerado espião e degolado em seguida.
Assim, os efraimitas em fuga, durante seu conflito com Jefté, traíam-se às sentinelas do exército de Jefté, nos vaus do rio Jordão, por não pronunciarem corretamente o som inicial de “sch” ou “xi” desta senha. Eles diziam “Simbolete” ou “Quimbolete” (Juízes 12.4-6). Assim, tornou-se evidente que havia alguma variação de pronúncia entre as tribos, assim como também em tempos posteriores, os da Galiléia tinham um sotaque diferente dos da Judéia (Mateus 26.73; Lucas 22.59). E, assim por diante. A palavra “Ximbolete” significa “espiga”, em aramaico. Em hebraico, “Schimbolet” significa “curso d’água”.
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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13-IBSÃ, O SUCESSOR DE JEFTÉ:

Ibsã foi o sucessor de Jefté como juiz de Israel e a sua magistratura foi de sete anos. Ibsã era um israelita muito rico e nasceu na cidade de Belém, no território Zebulom. Ele foi pai de 60 filhos, sendo 30 varões e 30 viragos (varoas). Antes de morrer, casou todos os seus filhos. Quando morreu, foi sepultado na sua cidade natal, onde residira a maior parte de sua vida (Josué 19.10-15; Juízes 12.7-10). Em hebraico, a palavra “Belém” significa “Casa do Pão”. A Bíblia Sagrada faz referências a duas cidades com o nome de Belém, a saber:
1-Belém da Judéia: cidade montanhosa da região da Judéia, localizada entre as cidades de Jerusalém e de Berseba. Está a 777 metros de altitude acima do nível do mar, a mesma altitude da cidade de Jerusalém. Situa-se numa zona predominantemente rural, que produz azeitonas, uvas e diversos cereais, todos de excelente qualidade. Antes de chamar-se “Belém da Judéia” tinha o nome de “Efrate” (em hebraico) ou “Efrata” (em aramaico). Quando Belém foi tomada dos cananitas pelos israelitas, passou a pertencer ao território de Judá. Foi em Belém da Judéia que nasceu Davi, o filho de Jessé, que seria o segundo rei de Israel. Jesus Cristo também nasceu em Belém da Judéia (Gênesis 35.19; 48.7; Juízes 12.8-10; 17.7-9; 19.1-18; 1º Samuel 16.1-18; 17.12-58; 20.6; 1º Crônicas 2.51-54; 4.4; Rute 1.1-22; Mateus 1.18-25; Lucas 26.2-38).
2-Belém de Zebulom: cidade onde nasceu e foi sepultado Ibsã, o nono juiz de Israel. Localiza-se a 11 km da fronteira de Nazaré e atualmente é conhecida como “Beit Lahm” (em hebraico) ou “Bet Lehem Ha-Gelilit” (em aramaico). Assim, Ibsã era um belemita (Josué 19.10-15; Juízes 12.8-10).
Belemita era a denominação dada ao habitante de Belém (tanto Belém de Nazaré quanto Belém de Zebulom). Em hebraico, o termo “belemita” tem o significado de “Pertencente à Belém”. Jessé, o pai de Davi, foi um dos belemitas mais famosos, pois nasceu e viveu em Belém de Nazaré (1º Samuel 1.1-18; 17.58; 2º Samuel 21.19).
Face ao fato da magistratura de Ibsã ter sido a mais tranqüila dentre todos os juízes de Israel, sem o registro de nenhum fato de notoriedade, continuaremos a relação das palavras grafadas com o prefixo “Bete”, que significa “Casa de”. Já transcrevemos 38 dessas palavras, sendo 15 na matéria intitulada ”Sangar, o filho de Anate”; 15 na matéria intitulada “Tola, o filho de Puvá”; oito na matéria intitulada “Jair, o gileadita”; e mais oito na presente matéria, perfazendo um total de 46 palavras.
1-Bete-Semita, que significa “Casa de Semita” (em hebraico) ou “Pertencente à Bete-Semes” (em aramaico). Era uma enorme pedra ou rochedo onde repousava a Arca da Aliança antes de ser capturada pelos filisteus e levada numa carroça para a Filístia. O termo Bete-Semita também era dado como sobrenome a Josué, o dono do campo onde se localizava essa pedra ou rochedo (1º Samuel 6.14-18).
2-Bete-Sita, que significa “Casa da Acácia” (em hebraico) ou “Casa da árvore” (em aramaico). Cidade que serviu como rota de fuga para os midianita, depois que eles foram derrotados na planície de Jezreel pelos valentes guerreiros do juiz Gideão Jurubaal. Ainda existe com o nome de Shattah (em hebraico) ou de Bet Ha-Shittah (em aramaico). Localiza-se nas proximidades do morro de Moré e do poço de Harode (Juízes 7.1-22).
3-Bete-Tapua, que significa “Casa da Maçã” (em hebraico) ou “Casa da Macieira” (em aramaico). Cidade localizada na região montanhosa do território de Judá e distante 6 km de Hébron. A cidade recebeu o termo “Tapua” no nome por causa dum judeu chamado Tapua, que foi o maior plantador de macieiras da região, na sua época. A cidade ainda existe com o nome de Taffuh (Josué 15.20-53; 1º Crônicas 2.42,43).
4-Bete-Zur, que significa “Casa da Rocha”. Cidade localizada na região montanhosa de Judá, entre Halul e Gedor, distante 7,5 km de Hébron. Ainda existe com o nome de “Khirbet ET Tubeiqeh” (em hebraico) ou “Burj ES Sur” (em aramaico). Bete Zur foi uma das 15 cidades reconstruídas e fortificadas pelo rei Reoboão, filho de Salomão, para proteger Judá e Benjamim (Reino do Sul) contra os ataques dos inimigos (Josué 15.58; 2º Crônicas 11.5-12).
5-Bete-Fagé ou Betfagé, que significa “Casa dos figos temporãos”. Localidade no Monte das Oliveiras, próxima à entrada de Jerusalém. Foi ali que Jesus ficou esperando, quando mandou que seus discípulos providenciassem um burrico, para que ele entrasse montado em Jerusalém, no dia nove (09) do mês de nisã do ano de 33 AD. Ainda existe com o nome de Abu Dis (Mateus 21.1,2; Marcos 11.1,2; Lucas 19.29-41).
6-Bete-Onim ou Betonim, que significa “Cidade dos Pistácios”. Cidade ao leste do Jordão que foi designada por Moisés à tribo de Gade. Localiza-se na região montanhosa de Gade, a 21 km da cidade de Rabá, em Amom (dos amonitas). Ainda existe com o nome de Khirbet Batneh (Josué 13.24-27).
7-Bete-Saida ou Betesaida, que significa “Casa do Caçador” (em hebraico) ou “Casa do Pescador” (em aramaico). Cidade onde Ande, Filipe e Simão Pedro nasceram, embora tenham fixado residência em Cafarnaum. Localizava-se na Galiléia (Mateus 8.5-14; Marcos 1.21-29; João 1.44).
8-Bete-Sata ou Betesda, que significa “Casa das ovelhas” (em hebraico) ou “Portão das Ovelhas” (em aramaico). Um reservatório d’água onde Jesus curou um enfermo, cuja enfermidade já durava 38 anos (João 5.1-9).
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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14-ELOM, O ZEBULONITA:
 
Elom foi o 13º juiz de Israel e sua magistratura teve a duração de dez anos. Ele era descendente da tribo de Zebulom e, ao morrer, foi sepultado na localidade de Aijalom, no território de sua tribo. Em hebraico, o termo “Elom” significa “Árvore Grande” (Juízes 12.11,12). A Bíblia Sagrada faz referências a três homens e uma cidade com o nome de Elom. Senão, vejamos:
1-Elom: o zebulonita e o 13º juiz de Israel (Juízes 12.11,12).
2-Elom: o segundo dos três filhos de Zebulom. Ele era o chefe da família dos elonitas (os filhos de Elom) e foi uma das 70 pessoas que acompanharam o patriarca Jacó, quando este foi morar no Egito, a convite de seu filho José (Gênesis 46.14; Números 2.2).
3-Elom: o heteu pai de Basemate, uma das duas esposas de Esaú, filho de Isaque e Rebeca, e irmão de Jacó. A outra esposa de Esaú chamava-se Judite, filha de Beerí, também heteu. Ambas foram motivos de sérias amarguras por parte dos pais de Esaú (Gênesis 26.34,35; 27.46; 28.8; 3.2).
4-Elom: cidade localizada no território de Dã, entre as cidades de Itla e Timná. Nos tempos do rei Salomão, filho de Davi, Elom recebeu um novo nome: Elom-Bete-Hanã, que significa “Árvore Grande da Casa de Hanã” (Josué 19.42,43; 1º Reis 4.9).
Não devemos confundir a localidade de Aijalom, onde foi sepultado o juiz Elom, situada no território de Zebulom, com a cidade de Aijalom, que era localizada na região de Sefelá, na Palestina, a qual, depois de conquistada pelos israelitas, foi destinada à tribo de Dã. Anos depois, a cidade de Aijalom foi designada aos filhos de Coate, os levitas. Aijalom era uma cidade cheia de colinas que tinha um grande vale com o mesmo nome. Essa cidade ainda existe com o nome de Yalo, fica a 21 km de Jerusalém e nas proximidades de Tel-Aviv-Yafo (Josué 10.12-14; 19.40-42; 21.24).
O território de Dã, onde era localizada a cidade chamada Elom, era a possessão destinada os membros da tribo dos danitas. Dã era o quinto dos 12 filhos varãos de Jacó, filho de Isaque e irmão gêmeo de Esaú. Ele nasceu em Padã-Arã e o seu nome, em hebraico, significa “Juiz” (Gênesis 35.25,26).
Dã era o primogênito de Bila, a qual era serva de Raquel, a segunda esposa de Jacó. Pelo fato de Raquel ter sido estéril no início de seu casamento, Bila a substituiu, tornando-se concubina de Jacó. Foi por essa razão que Raquel adotou Dã como filho seu, afirmando: “__Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e deu-me um filho!” (Gênesis 30.6).
O nome do irmão germano de Dã era Naftalí. Na época em que Jacó se mudou para o Egito, levando consigo todos os seus servos e os seus familiares, Dã já tinha um filho de nome Husim Suão (Gênesis 46.7, 23, 26; Números 26.42).
Depois de 17 anos morando no Egito, muito doente e já em seu leito de morte, Jacó chamou todos os seus filhos à cabeceira de sua cama. Dã tinha plena condição legal ao lado dos outros 11 filhos do patriarca, pois Jacó reconhecera e legitimara igualmente a todos os seus filhos, independentemente de serem filhos de suas esposas ou de suas concubinas. Jacó abençoou individualmente a cada um deles (Gênesis 49.1-28).
Ao abençoar Dã, Jacó profetizou: “__Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dã será uma serpente, junto ao caminho. E, como uma víbora junto à vereda, morderá os calcanhares dos cavalos, e fará os seus cavaleiros caírem para trás. A tua salvação eu espero, oh Senhor!” (Gênesis 49.16-18).
Além desses 12 filhos varões, Jacó também foi pai de várias filhas. No entanto, apenas a Diná está registrada no Velho testamento, como filha de Jacó e de Léia (Gênesis 30.21). A história dessa judia está registrada no texto de Gênesis 34.1-31. Sobre as outras filhas de Jacó, não se encontram registros delas na Bíblia Sagrada.
A ordem de nascimento da prole de Jacó, descrita nas Escrituras, é a seguinte: 1-Rubem. 2-Simeão. 3-Levi. 4-Judá. 5-Dã. 6-Naftalí. 7-Gade. 8-Aser. 9-Issacar. 10-Zebulom. 11-Diná. 12-José. 13-Benjamim Benoni.
Quando Jacó, seus servos e seus familiares vieram morar no Egito, Dã tinha apenas um filho de cinco anos, de nome Husim Suão, do qual descenderam os sunamitas (Números 26.42). Mas, 430 anos depois, quando Israel saiu da escravidão do Egito, a tribo de Dã tinha cerca de 62.700 homens com idade superior a 20 anos. Tinha também muitas mulheres, crianças e jovens menores de 20 anos. Era a segunda tribo mais populosa de Israel, especialmente na quantidade de homens capazes de ir para a guerra (Gênesis 46.23; Números 1.1,38, 39).
No deserto, a tribo de Dã tinha como líder a Aiezer e foi designada para acampar ao norte do Tabernáculo, ao lado das tribos de Aser e de Naftalí. Ao partirem, a tribo de Dã sempre marchava na estratégica posição de retaguarda, o que era uma homenagem à sua coragem, lealdade e confiabilidade (Números 2.25-31; 10.25).
Quando a Terra Prometida foi repartida entre as tribos e Israel, a tribo de Dã era representada por Buqui, filho de Jogli, e recebeu um dos menores territórios, apesar de ser a segunda mais numerosa. No entanto, o solo desse território era muito produtivo e desejável, e suas terras estendiam-se desde os vales férteis de Sefelá até as planícies do Mar Mediterrâneo. Fazia fronteira com as terras destinadas às tribos de Judá, Efraim e Benjamim. Mas, pelo fato de não ter expulsado definitivamente os seus habitantes, conforme o Senhor Deus ordenara, a tribo de Dã veio a sofrer severamente (Números 26.43; 34.22; Josué 19.40-46; Juízes 1.34).
Foi por essa razão que parte da tribo de Dã se mudou para a extremidade setentrional da Palestina e tomou a cidade de Lesem (ou Laís), e a chamou de “Cidade de Dã” (Josué 19.47.48; Juízes 18.11-31). A “Cidade de Dã” passou a ser uma eterna possessão dos danitas. A região circunvizinha da cidade era bem fértil, bastante produtiva e suficientemente regada. (Juízes 18.28). Atualmente, o local é identificado como Tell-El-Qadi (ou Tel Dan), nome árabe que significa “Outeiro do Juiz”, preservando assim o significado hebraico da palavra “Dã”. Sua posição era também estratégica, pois a “Cidade de Dã” se encontrava na importante rota comercial entre Tiro e Damasco. 

Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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15-ABDOM, O FILHO DE HILEL:

Abdom foi o 14º juiz de Israel e era filho de Hilel, o piratonita de Efraim. Sua magistratura durou oito anos e não se registrou nenhum julgamento de grande monta durante a sua judicatura em Israel. Abdom teve 40 filhos e 30 netos, e todos eles tinham suas próprias montarias, o que demonstrava que a situação financeira da família de Abdom era abastada. Quando morreu, Abdom foi sepultado em território efraimita, onde nascera. Em hebraico, o termo “Abdom” significa “Servo” (Juízes 12.13-15).

Hilel, o pai de Abdom, era chamado “piratonita” por ter nascido na cidade de Piratom, que pertencia à tribo de Efraim. Seu filho Abdom também nasceu nessa cidade. Em hebraico, o termo “Hilel” significa “Luz” ou “Lampejo”. Em aramaico significa “Ele louvou”. A Bíblia Sagrada faz referências a quatro homens e uma cidade com o nome de Abdom. Assim, vejamos:
1-Abdom: o filho de Hilel e o 14º juiz de Israel (Juízes 12.13-15).
2-Abdom: filho de Sisaque, da tribo de Benjamim, e um dos líderes de sua tribo, que morava em Jerusalém (1º Crônicas 8.23-28).
3-Abdom:  filho primogênito de Jeiel, da tribo de Benjamim. Abdom era irmão de Ner e tio de Cis, o pai de Saul, o primeiro rei de Israel. Assim, Abdom era tio-avô de Saul (1º Crônicas 8.30; 9.36-39).
4-Abdom Acbor: filho de Micá e oficial da corte do rei Josias, de Judá ou Reino do Sul (2º Crônicas 34.20; 2º Reis 22.12).
5-Abdom: uma das quatro cidades edificadas no território de Aser, localizada a 6 km de Aczibe, que foi dada aos levitas da família de Gérson. Abdom foi construída na parte norte da planície de Aser, no sopé das colinas da Galiléia. Ainda existe com o nome de Khirbet ‘Abdeh (em hebraico) ou Tel ‘Avdon (em aramaico). Está situada perto da cidade de Hahal Keziv (Josué 21.27-30; 1º Crônicas 6.71-74).
Quanto ao território de Efraim, onde nascera Abdom (o 14º juiz de Israel), era prioritariamente habitado pelos efraimitas (os descendentes de Efraim), um dos filhos do patriarca Jacó. Efraim era filho de José com sua esposa Asanate, filha de Potífera, sacerdote do Om. Efraim nasceu no Egito antes de começar o período de sete anos de fome que assolou aquele país. Ele era o irmão mais novo de Manassés, o primogênito de José, e sobrinho de Benjamim, o filho caçula de Jacó. Em hebraico, o termo “Efraim” significa “Duplamente Frutífero”. Seu pai José lhe deu esse nome porque era grato a “Deus, que o fez crescer na terra de sua aflição” (Gênesis 41.50-52).
Na realidade, Jacó, em seu leito de morte, adotou como filhos os seus netos Manassés e Efraim, e os colocou em condições de igualdade com os tios deles (Gênesis 48.5). José, o pai deles, recebeu o direito da primogenitura entre os filhos de Jacó, em razão do verdadeiro primogênito, Rubem, haver desonrado seu pai, cometendo incesto com Bila, uma concubina de Jacó. Esse fato está registrado no texto de Gênesis 35.21,22.
Bila havia sido dada a Jacó pela sua amada esposa, Raquel, quando esta deixara de dar-lhe filhos. Rubem não foi repudiando e nem expulso de Israel por causa disso. Mas, pouco tempo depois dele haver praticado esse ato incestuoso, seu pai Jacó, sob a inspiração Divina, ao abençoar os seus filhos, disse para Rubem: “__Não te sobressaias!”.
Assim, Rubem foi despojado sobrenaturalmente dos privilégios que teria como primogênito que era. A razão disso foi, naturalmente, o pecado cometido contra a honra de seu pai, numa direta desobediência ao quinto mandamento de Deus, que determina: “Honrai pai e mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êxodo 20.12; Deuteronômio 5.16).
Rubem não teve autodomínio e nem demonstrou respeito para com a dignidade de seu pai, ao praticar o ato incestuoso com a sua madrasta, assim como não teve consideração para com a honra de seus dois meio-irmãos, Dã e Naftalí, filhos da Bila com Jacó. Assim, José recebeu duas partes da herança de seu pai, Jacó, por meio da herança tribal de Efraim e Manassés (Gênesis 48.21,22; Deuteronômio 231.17; Josué 14.4; 1º Crônicas 5.1).
Ao abençoar Efraim e Manassés, o patriarca Jacó deu preferência a Efraim, e indicou profeticamente que ele se tornaria maior do que seu irmão (Gênesis 48.13-20). Assim, o nome de Efraim é aplicado à tribo que descendeu dele. Um ano depois do Êxodo do Egito, os 40.500 combatentes da tribo de Efraim superavam, em muito, os 8.300 combatentes da tribo de Manassés (Números 26.34,37). No deserto, durante o Êxodo, a tribo de Efraim fora designada a acampar no lado oeste do Tabernáculo, junto com as tribos de Manassés e de Benjamim. Nessa época, o líder dos efraimitas era Elisama (Números 2.18-24).
No entanto, passados 40 anos de peregrinação no deserto, os guerreiros da tribo de Manassés somavam 52.700, enquanto os da tribo de Efraim somavam apenas 32.500, ou seja. 20.200 menos do que a tribo de seu irmão mais velho (Números 26.3-37).
Mas, com o decorrer do tempo, a tribo de Efraim voltou a tornar-se maior do que a tribo de Manassés (Números 33.17). Na Terra Prometida, o território designado à tribo de Efraim foi cenário de muitos eventos notáveis. Em Siquém, o efraimita Josué, filho de Num e sucessor de Moisés, reuniu as tribos de Israel e exortou-as a servir fielmente ao Senhor Deus (Josué 24.1, 14,15). Nas proximidades de Siquém, foram enterrados os ossos de José, de Josué e de Eleazar, filho de Arão (Josué 24.29-33). Tempos depois, o juiz benjamita Eúde convocou os efraimitas para lutarem contra os moabitas (Juízes 3.26-30).
Após a morte de Eúde, a profetisa Débora, de sua moradia na região montanhosa de Efraim, mandou chamar Baraque, como escolhido de Deus, para livrar Israel da opressão do rei Jabim. Depois da batalha, no cântico de vitória de Baraque e de Débora, Efraim é a primeira tribo mencionada (Juízes 4.1-7; 5.14). Tempos depois, Tola (membro da tribo de Issacar) foi juiz de Israel por 23 anos, enquanto morava em Samir, na região montanhosa de Efraim (Juízes 10.1,2). O último dos juízes de Israel, o profeta Samuel, da tribo de Levi, nasceu em Ramá, na região montanhosa de Efraim. E, foi ali que ele, já adulto, montou o seu lar (1º Samuel 1.1,2, 19, 20; 7.15-17).
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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16-SANSÃO, O HOMEM MAIS FORTE DO MUNDO:
A palavra Sansão em hebraico significa “filho do Sol”. Sansão foi um dos mais notáveis juízes de Israel, especialmente por causa de sua força física. Era filho de Manoá, um danita (da tribo de Dã) da região de Zorá. Antes de seu nascimento, um anjo apareceu à sua mãe, e anunciou que ela daria à luz um filho que desde o nascimento, havia de ser nazireu e alguém que “tomaria a dianteira em salvar Israel das mãos dos filisteus” (Juízes 13.1-5, 24). O voto de nazireu significava que Sansão jamais deveria raspar a cabeça, e quando aparasse o cabelo, devia fazê-lo para honra e glória do Senhor Deus.
Quando estava na idade de casar, Sansão pediu que seus pais conseguissem para ele uma esposa filistéia, da região de Timná. Isto estava dentro dos planos de Deus, visto que este casamento deu a Sansão a oportunidade de lutar contra os filisteus (Juízes 13.25-14.4).
A caminho de Timná, Sansão encontrou um jovem e feroz leão, e pela sua imensa força, dada por Deus, Sansão rasgou o leão pelo meio, usando apenas as mãos. Seguiu depois para Timná, para encontrar a sua noiva (Juízes 14.5-7).
Algum tempo depois, Sansão, acompanhado pelos pais, foi a Timná para trazer a sua noiva para casa. No caminho, desviou-se da estrada para ver o cadáver do leão que matara anteriormente, e encontrou dentro dele um enxame de abelhas e também mel. Sansão comeu um pouco de mel, e juntando-se aos seus pais, ofereceu-lhes também do mel. No banquete de casamento, fez desse incidente um enigma e o propôs aos trinta padrinhos filisteus. A seqüência dos fatos em torno desse enigma ofereceu a Sansão a oportunidade de matar 30 filisteus em Ascalom (Juízes 14.8-19).
Quando o pai da sua noiva a deu para outro homem e não lhe permitiu vê-la, Sansão teve mais uma oportunidade de atuar contra os filisteus. Usando 300 raposas, incendiou o campo de cereais, os vinhedos e os olivais dos filisteus. Os filisteus, enfurecidos, queimaram a noiva de Sansão e o pai dela, porque a perda dos filisteus resultara do tratamento que este dispensara a Sansão. Com este ato, os filisteus deram a Sansão mais um motivo de se vingar deles. Então ele matou muitos filisteus, “empilhando pernas sobre coxas” (Juízes 14.20-15.8).
Procurando vingar-se de Sansão, os filisteus foram a Leí, cidade da região de Judá. Três mil homens de Judá convenceram a Sansão, no rochedo de Etã, a se entregar. Os filisteus, exultantes, se prepararam para receber a Sansão como prisioneiro. Mas o Espírito de Deus se apossou de Sansão e ele quebrou os grilhões (correntes) que o prendiam como se fossem “fios de linha queimados pelo fogo”, de forma que seus grilhões se derreteram em suas mãos. Apanhando uma queixada dum jumento caída por ali, Sansão matou mil filisteus com ela. Depois, sentindo sede, atribuiu essa vitória ao Senhor Deus, agradecendo em oração. Em resposta à sua oração de agradecimento, Deus proveu milagrosamente água de uma pedra para saciar a sede de Sansão (Juízes 15.9-19).
Noutra ocasião, Sansão dirigiu-se a um prostíbulo na cidade filistéia de Gaza. Sabendo disso, os filisteus ficaram de emboscada, pretendendo matá-lo pela manhã, quando ele saísse do prostíbulo. Mas, à meia-noite, Sansão levantou-se e arrancou do muro de Gaza o portão da cidade, bem como suas ombreiras e trancas, e carregou-os para cima do monte que fica em Hebrón (Juízes 16.1-3). Isso foi uma grande humilhação para os filisteus, visto que Sansão deixou Gaza fraca e desprotegida contra os intrusos.
A ida de Sansão a Gaza, sozinho, demonstrava sua grande coragem e destemor. Tudo o que Sansão fazia era aproveitar as oportunidades de causar dano aos filisteus, assim como já fizera antes, quando procurou uma esposa no meio desse povo inimigo de Israel (Juízes 14.4). Foi depois disso que Sansão conheceu a prostituta Dalila, e dela enamorou-se. E ela, para obter lucro material, procurou saber o segredo da força de Sansão. Três vezes ele lhe deu respostas enganosas. Mas, por causa da persistência dela, e dos carinhos que ela lhe proporcionava na cama, ele finalmente cedeu e lhe revelou o segredo de sua força. Então ela chamou os filisteus, para obter a recompensa e entregá-lo a eles. Enquanto ele dormia sobre os joelhos dela, ela raspou-lhe os cabelos, depois de tê-lo feito beber bastante vinho. Ao acordar, ele já não tinha o Espírito de Deus autuando nele, porque lhe revelara o seu voto de nazireado. Por isso, os filisteus conseguiram dominá-lo, vazaram-lhe os olhos e ele foi levado prisioneiro para trabalhar na moenda da Penitenciária (Juízes 16.4-21).

Enquanto Sansão estava prisioneiro e trabalhando na moenda, os filisteus providenciaram uma grande festa em homenagem ao “deus” Dagom, a quem atribuíam a vitória sobre Sansão. Somente no terraço do templo havia 3.000 filisteus. Os alegres filisteus mandaram trazer Sansão da prisão, para servir-lhes de diversão, e nem perceberam o fato de que o cabelo de Sansão estava novamente crescido. Ao chegar ao templo, Sansão pediu ao garoto que o conduzia para colocá-lo entre as das colunas de sustentação do edifício, e orou a Deus, pedindo-lhe perdão pelos seus pecados e solicitando que Deus estivesse com ele, pelo menos mais uma vez, para que assim ele pudesse vingar-se dos filisteus por pelos menos um dos seus olhos (Juízes 16.22-28). Então foi atendido por Deus, que lhe deu novamente grande força. Então ele agarrou-se às duas colunas de sustentação do edifício, fazendo-as desabar, e com elas o templo de Dagom. Isso resultou na sua morte, assim como de todos os filisteus presentes no local. Na sua morte, Sansão matou mais filisteus do que em toda a sua vida.
Depois dessa destruição, seus parentes o enterram no campo entre Zorá e Estaol, na sepultura de Manoá, seu pai. Sansão morreu perdoado por Deus e sendo fiel a ELE, depois de ter sido juiz der Israel por vinte anos. Portanto, seu nome consta justificadamente entre os homens que, pela fé, foram feitos poderosos (Juízes 15.20; 16.26-31; Hebreus 11.32-34).

Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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17-ELÍ, O PAI DE HOFNI E FINÉIAS:

Eli foi juiz de Israel por 40 anos e acumulava essa função com a de sumo sacerdote. Em hebraico o termo “Eli” significa “Ascendido”. Em aramaico significa “Subido”. Eli foi o 16º juiz de Israel, a contar de Moisés. Foi durante o seu ministério que nasceu Samuel (o filho de Ana e de Elcana), que foi por ele criado no Templo e preparado para ser o próximo profeta e juiz de Israel. O ministério profético de Eli não ia nada bem, pois nessa época Deus não estava se manifestando através de profecias e as visões não estavam sendo reveladas ao povo de Israel. Eli descendia de Itamar, o quarto filho do sumo sacerdote Arão.  A decadência do ministério de Eli devia-se à sua falha na criação e na sua negligência na disciplina de seus dois filhos: Finéias e Hofni (1ª Samuel 1.9-28; 2.11-18; 3.1-21; 4.18; 1º Reis 2.27; 1º Crônicas 24.3; Êxodo 6.23).

Quando Eli se mostrou relapso não só como pai, mas também como sumo sacerdote de Israel, seus dois filhos, Finéias e Hofni, apesar de servirem como sacerdotes no Templo, mostram-se imprestáveis e interessados apenas em satisfazer sua gula e seus desejos sexuais impuros. Não se contentaram com o quinhão de sacrifício destinado a eles pela Lei de Deus, e até mesmo se serviam antes do Senhor Deus, ao ordenarem que um ajudante exigisse carne crua de um doador, antes de fazer a gordura fumegar sobre o altar. Os filhos cobiçosos e sensuais de Eli usavam de suas posições na tenda de reunião para se entregar aos vícios e furtos, em prejuízo da adoração pura a Deus. Mesmo quando seus os filhos corruptos tiveram relações sexuais com as mulheres que serviam à entrada do Tabernáculo, Eli não os expulsou do cargo, mas apenas os censurou de forma branda. Eli continuou honrando a seus filhos mais do que ao Senhor Deus (1º Samuel 2.12-17,22-25,29).

No decorrer do tempo, chegou um profeta de Deus com uma mensagem funesta de aviso: “__O poder e a influência da casa de Eli serão decepados, de modo que não chegará a haver homem idoso na casa dele. Seus filhos corruptos são designados a morrer num só dia” (1º Samuel 2.27-36). Por intermédio do próprio menino Samuel, Deus reafirmou o julgamento adverso sobre toda a casa de Eli (1º Samuel 3.11-14). Samuel teve medo de relatar essa mensagem, mas o fez a pedido a Eli. Eli sujeitou-se humildemente a isso, dizendo: “__É de Deus. Faça ELE o que for bom aos seus olhos” (1º Samuel 3.15-18).

A retribuição chegou segundo a Palavra de Deus. Israel perdeu cerca de 4.000 homens na batalha contra os filisteus. Os israelitas decidiram trazer de Siló a Arca e levá-la ao acampamento, pensando que isto resultaria em serem libertos dos seus inimigos. Mas os filisteus aceleraram os esforços de combate. 30.000 homens israelitas foram mortos. A Arca é capturada. Hofni e Finéias, que estavam ali com a Arca, foram mortos. Um homem de benjamim vai correndo das linhas de frente para levar as novas a Eli. Cego e debilitado, Eli, com 98 anos, está sentado à beira da estrada, seu coração tremendo por causa da Arca. Ao ouvir dizer que a Arca foi capturada, Eli cai de costas e morre de fratura no pescoço (1º Samuel 4.2-18).

A retribuição adicional contra a casa de Eli sobreveio no governo do rei Saul, que implacavelmente ordenou o assassinato dos sacerdotes de Nobe, descendente de Eli, por meio de Aitube, filho de Finéias (1º Samuel 14.3; 22.11,18). Apenas Abiatar, filho de Aimeleque, escapou do massacre e continuou servindo como sacerdote durante o reinado de Davi (1º Samuel 22.20; 2º Samuel 19.11). No entanto, Abiatar foi removido como sacerdote por Salomão, por ter oferecido ajuda a um conspirador rebelde, Adonias (1º Reis 1.7; 2.26,27). Cumpriu-se assim o julgamento de Deus sobre toda a casa de Eli, e os descendentes dele foram expulsos para sempre do cargo de sumo sacerdote (1º Samuel 3.13,14). É interessante observar que a Bíblia Sagrada faz referência a dois homens com o nome de Eli: 1-Eli (pai de Finéias e Hofni), o 16º juiz de Israel a contar de Moisés. 2-Eli, o pai de Maria (a esposa de José e mãe de Jesus) e avô materno de Jesus Cristo (Lucas 3.23, 31).
Quanto a Samuel (o substituto de Eli), tornou-se profeta de Deus e juiz de Israel ainda adolescente, pois ele fora prometido por sua mãe, Ana, esposa de Elcana, para o serviço do Senhor, quando ainda estava no ventre dela. Samuel descendia da tribo de Levi, uma das 12 tribos de Israel. Samuel teve três irmãos e duas irmãs. (Atos 3.24; 13.20; 1º Samuel 2.21; 10.25; 1º Crônicas 6.27-38; 29.29).
Aos três anos de idade, Samuel foi entregue ao sumo sacerdote Eli, para que este o criasse e o preparasse para os serviços eclesiásticos. Uma vez por ano, sua mãe o visitava no Templo e lhe trazia roupas novas e outros gêneros necessários à formação sacerdotal do menino. Antes de completar 12 anos o menino Samuel teve uma visão durante o sono noturno, em que ele fora escolhido por Deus para substituir ao profeta Eli. Ainda jovem, ele começou seu ministério profético, que foi longo e muito bem sucedido, pois Samuel foi um profeta muito fiel ao Senhor Deus em todos os momentos de sua vida (1º Samuel 3.1-21; Números 4.17-20).

Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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18-O PROFETA SAMUEL:
Samuel tornou-se profeta de Deus e juiz de Israel ainda adolescente. Ele fora prometido por sua mãe, Ana, esposa de Elcana, para o serviço do Senhor, quando ainda estava no ventre dela. Samuel descendia da tribo de Levi, uma das 12 tribos de Israel. Samuel teve três irmãos e duas irmãs. (Atos 3.24; 13.20; 1º Samuel 2.21; 10.25; 1º Crônicas 6.27-38; 29.29).

Aos três anos de idade, Samuel foi entregue ao sumo sacerdote Eli, para que este o criasse e o preparasse para os serviços eclesiásticos. Uma vez por ano, sua mãe o visitava no Templo e lhe trazia roupas novas e outros gêneros necessários à formação sacerdotal do menino. Antes de completar 12 anos o menino Samuel teve uma visão durante o sono noturno, em que ele fora escolhido por Deus para substituir ao profeta Eli. Ainda jovem, ele começou seu ministério profético, que foi longo e muito bem sucedido, pois Samuel foi um profeta muito fiel ao Senhor Deus em todos os momentos de sua vida (1º Samuel 3.1-21; Números 4.17-20).

Samuel escreveu os livros de Juízes, Rute, e mais da metade de 1º Samuel, todos do Velho Testamento. Quem concluiu o seu livro, intitulado 1º Samuel, foram os profetas Natã e Gade, seus substitutos como profetas de Deus, depois que ele morreu.
No Livro de Juízes, o seu primeiro livro, Samuel faz uma narrativa vigorosa de libertações realizadas repetidas vezes pelo Senhor Deus a favor de Israel por meios dos juízes, sempre que Israel abandonava práticas idólatras e buscava seriamente a Sua ajuda. O Livro de Juízes possui 21 capítulos e foi dividido em três partes, a saber: 1-Fundo histórico das condições prevalecentes durante o período dos juízes (Juízes 1.1-3.6). 2-Libertação da opressão sempre que Israel abandonava a adoração falsa e clamava a Deus por ajuda (Juízes 3.7-16.31). 3-Outras situações que surgiram durante o tempo dos juízes (Juízes 17.1-21.25).

No livro intitulado RUTE, o seu segundo livro, Samuel faz uma narrativa que mostra como Rute, moabita que temia ao Senhor Deus e foi abençoada por ELE, tornando-se parte da ininterrupta linhagem messiânica que conduzia ao rei Davi. Este livro tem quatro capítulos e se divide em três partes: 1-Rute decide continuar morando com a sua sogra Noemi e a servir ao Senhor Deus (Rute 1.1-22). 2-Rute passa a respigar o campo de Boaz (Rute 2.1-3.18). 3-Boaz, como bom resgatador, casa-se com Rute (Rute 4.1-22).

O seu terceiro livro, intitulado 1º SAMUEL, tem 31 capítulos, porém Samuel só escreveu 24, pois veio a falecer antes de concluí-lo. Os profetas Natã e Gade, seus substitutos, assumiram os seus escritos, concluíram o livro de 1º SAMUEL e ainda escreveram o livro 2º SAMUEL, que tem 24 capítulos.
Samuel, além de ter sido profeta de Deus, foi o 17º juiz de Israel, a contar de Moisés, o grande legislador. Durante o ministério profético, Samuel liderou o povo de Israel na verdadeira adoração a Deus. Foi ele quem ungiu o primeiro rei de Israel, Saul, da tribo de Benjamim, assim como veio a ungir também o segundo, o rei Davi, da tribo de Judá, que veio a ser um dos ancestrais de Jesus Cristo. O que teria feito Samuel ungir Saul como o primeiro rei de Israel, se a nação sempre fora dirigida por um grande líder, profeta e juiz ao mesmo tempo?
Quando saíram do Egito, no ano de 1.298 AC., após 430 anos de cativeiro, depois de peregrinarem pelo deserto durante 40 anos, e finalmente se instalarem na Terra Prometida (Canaã), os israelitas foram governados por juízes, que acumulavam com a função de profeta de Deus. Com o passar dos anos, os israelitas optaram por ter um rei para governá-los. Assim, eles pediram ao profeta Samuel, o último dos grandes juízes israelitas, que solicitasse a Deus que lhes concedesse um rei. Depois de muita insistência do povo, Samuel concordou e pediu a Deus que lhes indicasse um rei. Deus mandou que os próprios israelitas escolhessem o homem que haveria de reinar sobre eles. Assim, foi escolhido Saul, o filho de Cis, para ser o primeiro rei e dar início ao período de monarquia em Israel.
O que fez o povo israelita desejar ter um rei ao invés de manter um grande líder, profeta de Deus e juiz ao mesmo tempo? Já idoso, o grande líder, profeta e juiz Samuel designou seus filhos Joel (o primogênito) e Abias (o segundo) para serem juízes de Israel, instalando-os na cidade de Berseba. Foram os irmãos Joel e Abias que proporcionaram à nação de Israel o pretexto para a solicitação de um rei para governá-los, uma vez que eles eram corruptos: aceitavam subornos, pervertiam julgamentos e extorquiam as partes abastadas. Revoltados com essas atitudes de seus juízes, os israelitas passaram a exigir do profeta Samuel um rei para a nação, a fim de que Israel “fosse igual às outras nações da terra” (1º Samuel 8.1-5; 1º Crônicas 6.28).
Assim, os israelitas insistiam com Samuel, que ainda era o profeta na época, para que solicitasse a Deus que lhes concedesse um rei. Contrariado, por entender que a nação o estava rejeitando como profeta, Samuel intercedeu por Israel, em oração, apresentando a Deus o pedido da mesma. Porém, Deus confortou o profeta, informando que não era ele quem estava sendo rejeitado, mas ELE, o próprio Deus, é que estava sendo rejeitado como dirigente da nação. Assim, autorizou à nação que escolhesse aquele que seria o seu rei, entre todos os príncipes e guerreiros das 12 tribos israelitas. Desta forma, a escolha recaiu sobre Saul, a quem Deus mandou que Samuel ungisse, consagrasse e coroasse como rei de Israel (1º Samuel 8.1-22).
Estava Saul procurando algumas ovelhas extraviadas dos rebanhos e seu pai, nas regiões de Efraim, Salisa, Saalim, Benjamim e Zufe, sem encontrá-las. Mas, Saul encontrou o profeta Samuel, que o ungiu rei de Israel e lhe informou que as ovelhas já haviam sido encontradas pelos criados de seu pai, em Gibeá. Assim, Saul tornou-se o primeiro rei de Israel, e o profeta Samuel foi o último juiz dos israelitas, vez que seus filhos Joel e Abias não teriam condições de substituí-lo nesse ministério.
 
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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19-JOEL, O PRIMOGÊNITO SAMUEL:
Joel Vasni era o filho primogênito do profeta Samuel, que além de grande líder, foi o 17º juiz de Israel. Em hebraico, o termo “Joel” significa “Jeová é Deus”. Joel teve um filho de nome Hemã, que se tornou um famoso cantor levita. Joel tinha um irmão mais novo chamado Abias. Ambos foram designados pelo pai, o já idoso profeta Samuel, para serem juízes de Isael, e foram lotados na cidade de Berseba. Porém Joel e Abias foram desonestos no exercício da função. Aceitavam subornos, pervertiam julgamentos e extorquiam as partes abastadas. Revoltados com os atos e as atitudes de seus novos juízes, o povo israelita passou a exigir um rei para governá-los e julgá-los, a exemplo das outras nações. Então, passaram a pressionar o profeta Samuel, pai de Joel e Abias, para que pedisse a Deus que lhes desse um rei (1º Samuel 8.1-5; 1º Crônicas 6.28-36; 15.17).
Contrariado, por entender que a nação o estava rejeitando como profeta, Samuel intercedeu por Israel, em oração, apresentando a Deus o pedido da mesma. Porém, Deus confortou o profeta, informando que não era ele quem estava sendo rejeitado, mas ELE, o próprio Deus, é que estava sendo rejeitado como dirigente da nação. Assim, autorizou à nação que escolhesse aquele que seria o seu rei, entre todos os príncipes e guerreiros das 12 tribos israelitas. Desta forma, a escolha recaiu sobre Saul, a quem Deus mandou que Samuel ungisse, consagrasse e coroasse como rei de Israel. Assim, terminava o período dos grandes líderes e juízes, e começava o período da monarquia em Israel (1º Samuel 8.1-22).
A Bíblia Sagrada faz referências a 12 pessoas com o nome de Joel, a saber:
1-Jeol Vasni: o filho primogênito do profeta Samuel, e por hierarquia, o 18º juiz de Isael (1º Samuel 8.1-5; 1º Crônicas 6.28-36; 15.17).
2-Joel: filho de Azarias, ancestral do juiz israelita Joel, e descendente de Levi, o filho de Coate. No primeiro ano do reinado de Ezequias em Judá, Joel auxiliou os sacerdotes na retiradas dos objetos impuros e profanos do interior do Templo, levando-os para o vale de Cédron, para serem destruídos (1º Crônicas 6.36-38; 2º Crônicas 29.1-16).
3-Joel: irmão de Natã e um dos poderosos guerreiros dos exércitos do rei Davi (1° Crônicas 11.26-38).
4-Joel: descendente da tribo de Issacar e líder de sua família tribal (1º Crônicas 7.1-4).
5-Joel: descendente da tribo de Rubem, cujo descendente Beerá foi levado para o exílio assírio, durante o reinado de Tilgate Pilneser III (ou Tiglate-Pileser III) na Assíria (1º Crônicas 5.3-310).
6-Joel: líder dos gaditas residentes em Basã (1º Crônicas 5.11,12).
7-Joel: filho de Zicri, superintendente dos benjamitas que moravam em Jerusalém, quando o profeta Neemias governava aquela cidade (Neemias 11.4-9).
8-Joel: um dos filhos de Nebo, os quais despediram suas esposas estrangeiras e os filhos que tiveram com elas, a fim de voltarem para Jerusalém, sob a orientação do profeta Esdras (Esdras 10.43,44).
9-Joel: descendente da tribo de Simeão, líder se sua família, que juntamente com outros líderes simeonitas, expulsaram os certos camitas e meunins de suas terras, a fim de expandir seus pastos, nos tempos do reinado de Ezequias em Judá (1º Crônicas 4.24-41).
10-Joel: filho de Pedaías e descendente da tribo de Manassés, que residia nas terras situadas ao oeste do rio Jordão. Ele foi um dos nobres da corte do rei Davi (1º Crônicas 27.20-22).
11-Joel: um dos três filhos de Ladã, da família dos gersonitas, da tribo de Levi. Os irmãos de Joel se chamavam Jeiel e Zetão. Jeiel era o filho primogênito de Ladã, e por isso, o líder de seus irmãos. Ele, Joel e mais 130 levitas santificaram-se e ajudaram a levar a Arca da Aliança para Jerusalém. Anos depois, Joel e Zetão foram encarregados da guarda dos tesouros do Templo (1º Crônicas 15.4-14; 23.7,8; 2.21,22).
12-Joel: filho de Petuel e autor de um dos livros do Velho Testamento, intitulado “O Livro de Joel”. Joel começou o seu ministério profético em Judá, embora morasse em Jerusalém. Ele foi considerado o segundo profeta menor, pois o primeiro foi Oséias (Joel 1.1).
O Livro de Joel, na época em que foi escrito, dirigia-se aos sacerdotes daquele tempo (Joel 1.13,14), falava do Templo do Senhor e das ofertas alçadas (Joel 1.9-13), voltava-se para os moradores de Jerusalém (Joel 2.23), informava que depois de cercada e destruída a cidade seria restaurada (Joel 3.1) e que essa mesma cidade abrigaria um povo salvo por Deus e pelo Messias (Joel 2.32).
O ponto de partida da mensagem do profeta Joel é uma grande destruição ocasionada por secas e pragas de insetos. Essa desolação é apresentada como uma figura do "dia da vingança do Senhor", que viria sobre o povo escolhido, caso não se arrependesse e "rasgasse o coração" (Joel 2.12-17).
É preciso mencionar que nos tempos do profeta Joel a nação de Israel desfrutava de uma grandiosa prosperidade, mas o povo estava desperdiçando o seu precioso tempo e a sua valiosa energia em busca de prazeres mundanos e carnais, tais como: bebedeiras, glutonarias, embriaguez, prostituição, avareza e coisas do naipe. Nessa época o vinho e outras bebidas alcoólicas constituíam a principal ocupação das pessoas. Mesmo os sacerdotes viviam se embriagando. Até que as terríveis pragas profetizadas por Joel começaram a assolar a nação israelita, até que ela fosse derrotada pelos seus inimigos, e levada para o cativeiro, assim espalhando-se pelo mundo, como se encontra até hoje.

Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.
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20-ABIAS, O IRMÃO DE JOEL:
 Abias era o segundo filho do profeta Samuel e foi designado pelo seu pai para ser juiz de Israel, juntamente com seu irmão mais velho Joel. Ambos foram lotados por Samuel na cidade de Berseba. Samuel, que acumulava a função de profeta de Deus com o cargo de juiz de Israel, já estava bastante idoso e cansado. Porém, as magistraturas de Abias e de Joel não foram bem sucedidas, vez que ambos eram juízes corruptos, pois aceitavam subornos, pervertiam julgamentos e extorquiam as partes abastadas. Revoltados com essas atitudes de seus juízes, os israelitas passaram a exigir do profeta Samuel um rei para a nação, a fim de que Israel “fosse igual às outras nações da terra” (1º Samuel 8.1-5; 1º Crônicas 6.28).
Assim, os israelitas insistiam com Samuel, que ainda era o profeta na época, para que solicitasse a Deus que lhes concedesse um rei. Contrariado, por entender que a nação o estava rejeitando como profeta, Samuel intercedeu por Israel, em oração, apresentando a Deus o pedido da mesma. Porém, Deus confortou o profeta, informando que não era ele quem estava sendo rejeitado, mas ELE, o próprio Deus, é que estava sendo rejeitado como dirigente da nação. Assim, autorizou à nação que escolhesse aquele que seria o seu rei, entre todos os príncipes e guerreiros das 12 tribos israelitas. Desta forma, a escolha recaiu sobre Saul, a quem Deus mandou que Samuel ungisse, consagrasse e coroasse como o primeiro rei de Israel (1º Samuel 8.1-22).
Com a coroação de Saul como o primeiro rei de Israel, chegou o fim às judicaturas de Joel e de Abias, respectivamente. Em hebraico, o termo “Abias” significa “Meu Pai é Deus”. Assim, começou o período de monarquia em Israel. A Bíblia Sagrada faz referências a nove pessoas com o nome de Abias, sendo sete homens e duas mulheres, a saber:
1-Abias: o segundo filho do profeta Samuel e o 19º juiz de Israel (1º Samuel 8.1-5; 1º Crônicas 6.28).
2-Abias: o sétimo filho de Bequer e neto de Benjamim (1º Crônicas 7.8).
3-Abias: descendente sacerdotal de Arão e líder de uma das famílias israelitas. Durante o reinado de Davi, Abias foi chefe de uma das 24 turmas sacerdotais que serviam no Templo de Jerusalém, sendo que sua turma era chamada de “divisão de Abias”. Essas turmas sacerdotais permaneceram servindo no Templo mesmo depois da morte de Davi. O sacerdote Zacarias, que viveu anos depois e foi pai de João Batista, o precursor de Jesus, pertenceu a “divisão de Abias” (1º Crônicas 24.3-10; Lucas 1.5).
4-Abias Abijão: um dos 28 filhos de Reoboão, o filho de Salomão. Abias Abijão tornou-se rei de Judá ou Reino do Sul depois da morte de seu pai, e reinou nos anos de 980 a 978 a.C. Reoboão, o pai de Abias Abijão, tinha 18 esposas e 60 concubinas. Porém, dentre as 18 esposas, Maacá Micaia era a sua preferida. Ela era a mãe de Abias Abijão. Maacá Micaia era neta de Absalão, um dos filhos de Davi, e por isso tinha sangue real desde o seu nascimento. Por ser filho da mulher preferida do rei Reoboão, Abias Abijão foi o escolhido para substituir seu pai no trono de Judá, embora não fosse o filho primogênito (1º Reis 14.31-15.8; 1º Crônicas 3.10; 2º Crônicas 11.20-22; Mateus 1.7).
5-Abias: filho do rei Jeroboão I, de Israel ou Reino do Norte, que faleceu ainda menino, de uma grave enfermidade. O menino Abias, filho de Jeroboão I, foi o único da família que foi enterrado honrosamente, pelo fato de “ter sido o único da família de Jeroboão I em quem se achou alguma coisa boa para com Deus”. Antes da morte de Abias, seu pai disfarçou a rainha e a mandou consultar o profeta Aijá, em Siló, que não só reconheceu a rainha, apesar do disfarce, como informou a ela que seu filho Abias estava condenado à morte, não havendo escapatória (1º Reis 14.1-18; 15.25-30).
6-Abias: um dos líderes das famílias sacerdotais que viveram na época em que Zorababel e Josué Jeshua eram os administradores da cidade de Jerusalém. Ele estava presente quando foi lançada a pedra fundamental e depois, quando foi concluído o alicerce do Templo, no segundo ano de sua reconstrução. Anos depois, a família sacerdotal de Abias foi representada por Zicri, um dos seus descendentes, que se tornou o substituto do sacerdote Josué Jeshua. “Zicri” é a forma abreviada no nome “Zacarias” (Neemias 12.1-26; Esdras 3.8-10).
7-Abias: um dos sacerdotes que pretendiam retornar para Jerusalém nos dias do profeta Neemias, após o exílio babilônico, e que participou do pacto feito com Deus, antes desse retorno à “Cidade Santa” (Neemias 9.38-10.8,44).
8-Abias: filha de Zacarias, esposa do rei Acaz, de Judá ou Reino do Sul, e mãe de Ezequias, que também seria rei de Judá. Abias era chamada gentilmente de “rainha Abi”, vez que em hebraico a palavra “Abi” é o diminutivo de “Abias” (2º Reis 18.2; 2º Crônicas 29.1).
9-Abias: a esposa de Hezrom, que por sua vez era filho de Perez, neto do patriarca Judá e de sua mulher Tamar, bisneto de Jacó, trineto de Isaque e tetraneto de Abraão. Abias, a esposa de Hezrom, foi mãe de Assur e avó de Tecoa (1º Crônicas 2.4-24).
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS.





 

 

 
 
 
 
 

 
 
 
 
 

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